Com o aumento da expectativa de vida, o número de cães e gatos com câncer vem crescendo. Nos Estados Unidos, são identificados por ano 6 milhões de novos casos, no Brasil, não há estimativas. “Assim como acontece com os humanos, é importante que o diagnóstico seja precoce, pois assim o tratamento se inicia imediatamente e as chances de sucesso aumentam em 50%”, informa o médico veterinário Manrique Andrés, da Pet Center Marginal.
Diante do aumento de casos, o Conselho Federal de Medicina Veterinária habilitou recentemente a Associação Brasileira de Oncologia Veterinária a conceder título de especialista em oncologia para os profissionais da área. De acordo com o Dr. Andrés, além das neoplasias estarem relacionadas ao fato de que hoje os animais vivem mais, alguns tipos de câncer são mais comuns em determinadas raças e em diferentes sexos. “O índice de câncer de mama em fêmeas, por exemplo, é alto. O do tipo adenocarcinoma mamário é o mais comum. Em geral, eles acometem cadelas a partir dos cerca de 4 ou 5 anos“, adverte.
Uma das razões para o câncer de mama em cadelas é a suscetibilidade às alterações hormonais. “Por isso, é importante que elas sejam castradas antes mesmo do primeiro cio. Assim conseguimos prevenir a neoplasia mamária em 100% dos casos”, alerta o veterinário.
Outros tipos comuns em cães são o linfoma (câncer de linfondos, gânglios), o de pele (melanoma, mastocitoma, carcinoma, histiocitoma, papilomas), ósseos (sarcomas), de gordura (lipomas, em geral benignos), genitália ( TVT – Tumor Venéreo Transmissível), entre outros.
Os tumores de pele, informa o veterinário da Pet Center Marginal, são mais fáceis de identificar. “Os donos devem ficar atentos a feridas na pele do animal que não cicatrizam, verrugas, como parte interna nas orelhas e genitália. Na dúvida, o ideal é levar o pet ao veterinário”, recomenda.
Entre os sinais de que indicam algo de errado nos pets, em casos de câncer, estão prostração, falta de apetite, vômitos, emagrecimento sem motivo, aumento de peso, entre outros sintomas. Além das visitas periódicas ao veterinário, é importante apalpar os bichinhos para identificar possíveis inchaços, novas manchas e sangramentos.
Para identificar o caso, o veterinário poderá pedir um exame citológico do tumor (punção com agulha fina) ou histopatológico (biópsia). “Dependendo do tipo do câncer, o tratamento pode ser realizado com cirurgia, criocirurgia, radioterapia, quimioterapia, eletroquimioterapia. Mas a cirurgia e a quimioterapia são os meios de tratamento mais utilizados na rotina clínica”, informa o Dr. Andrés.