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Estimular independência ajuda a evitar estresse e depressão em cães

O cão ficou conhecido como o melhor amigo do homem por estar sempre ao seu lado em todos os momentos. Porém, nos últimos anos os proprietários de animais precisaram deixá-lo por mais tempo sozinho em suas residências, fato que pode se tornar um transtorno não só para os móveis, mas principalmente para o bem-estar e a saúde do pet. Os cães são animais sociais e por isso demandam uma atenção maior dos seus tutores, por isso é necessário que desenvolver uma terapia ocupacional durante a ausência de companhia.

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As longas jornadas de trabalho se tornaram um desafio para os donos de cachorros. Eles necessitam de atividades para se distrair nos momentos de solidão. O ideal é que aprendam a se divertir com seus brinquedos e a aproveitar estes momentos para relaxar. Quando aprendem a desfrutar deste período, desejarão ficar algum tempo sozinhos só para se dedicarem ao que é seu.

“Transpondo para as relações humanas, temos o seguinte exemplo: os pais podem criar uma criança visando contribuir para sua independência, ensinando quais as atitudes para isso. Outro caminho é superprotegê-la, o que a tornará insegura, medrosa diante do novo, sendo incapaz de testar suas possibilidades e saber até onde pode ir. Será dependente dos pais ou de outras pessoas para tudo. Com o cão funciona da mesma maneira”, afirma a Dra. Ceres Faraco, veterinária parceira da COMAC (Comissão de Animais de Companhia do SINDAN).

Nestes casos, é preciso dar possibilidades para que o animal possa viver satisfatoriamente este período de solidão, ou haverá uma dependência extrema e sofrimento constante. Mas a veterinária alerta que esse processo de educação exige tempo e paciência. A maioria dos cães sofre de estresse ao ficar mais de 4 a 6 horas em isolamento e, o fato de ficar dormindo não significa que ele esteja bem. O problema não está apenas com os que destroem ou latem demais, a diferença é que estes nos incomodam e os quietinhos não, porém o sofrimento é semelhante.

Você deve promover um enriquecimento ambiental, isto é, atividades para seu cão. “E a regra de ouro é nunca associar momentos de isolamento a punição. Pois assim ele achará que ficar sozinho é sempre ruim. Ficar só deve estar associado a coisas boas. Assim, ele fica mais tranquilo em sua ausência”, conclui a especialista.

Confira as dicas para ambientar o pet e prepará-lo para ficar sozinho:

  • Novas rotinas diárias:
    • Instituir períodos de silêncio e distanciamento ao longo do dia;
    • Ensinar que morda seus brinquedos para distração: Ao mesmo tempo, isso protege os outros objetos da casa;
    • Introduzir na vida do cão os brinquedos interativos e inteligentes:

      Os brinquedos interativos são ocos, com orifícios que permitem colocar comida dentro para que o cão interaja com ele. Quanto mais ele brinca, mais será recompensado obtendo comida como prêmio. Em geral, é uma distração saudável para o cão, e evitam que ele tenha outras ideias para se distrair.

      A diferença principal de outros tipos de brinquedo é que, com os interativos, não há necessidade de pessoas ou outros animais para brincar. Porém, não podemos esquecer que tanto o filhote quanto o adulto necessitam de nossa atenção e brincadeiras em algum período do dia.

      E o brinquedo interativo não supre esta necessidade. Quando estes brinquedos estão vazios, eles funcionam como mordedores. Podem ser mastigados, pois o material é resistente. Inclusive, há os que são específicos para filhotes ou adultos. Tendo modelos pequenos, médios e grandes com a consistência e tamanho apropriados para cada idade.

  • Cuidado ao adquirir brinquedos:
    • Não escolha brinquedo muito pequeno pelo risco de engolir;
    • O brinquedo em forma de bola deve ter o tamanho para que caiba na boca do cão. Assim ele poderá mastigar e descobrir que precisa rolar a bola para obter comida.
  • Como deve ser a “sala de jogos
    • Preparar o local, evitando que o brinquedo fique inacessível (cantos sem acesso, embaixo de móveis), pois isso pode ser prejudicial ao aprendizado e divertimento;
    • Deve ser um local neutro;
    • Depois que ele aprender a ficar tranquilo e brincar, pode ser liberado o acesso para toda a casa;
    • A área deve conter: Cama, Água, Brinquedos recheados, Banheiro (separado dos demais, local oposto).
  • Ensinar a brincar com o modelo interativo
    • Para atraí-los ao brinquedo, é importante que em um primeiro momento o recheio seja uma comida irresistível, mas que ele não possa retirar:

      O objetivo é ensinar que naquele objeto há uma comida ótima. Em sequência, deve-se colocar a comida habitual e, de tempos em tempos, algo irresistível para manter o interesse pelo brinquedo. No início do aprendizado devemos facilitar o acesso ao conteúdo de alimento para que haja desistência.

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