Artigos

Doenças Sexualmente Transmissíveis

Doenças Sexualmente Transmissíveis - CC FlickrDoenças Sexualmente Transmissíveis
Crédito: CC Flickr

Melhor ficar atento da próxima vez que seu cachorro tentar cheirar as partes íntimas de um novo colega peludo na rua. Isso porque o conhecido comportamento social é uma das principais formas para o contágio de doenças sexualmente transmissíveis nos pets.

Ao contrário do que muitos imaginam, não é apenas no ato sexual que os animais contraem doenças. De acordo com a médica Daniela Salomon, responsável pelo Departamento Técnico Veterinário da Syntec do Brasil, as principais DSTs que acometem os cães são a Brucelose e o Tumor Venéreo Transmissível (TVT), também conhecido como Tumor de Sticker.

Segundo a especialista, a Brucelose é uma zoonose grave, ou seja, pode ser transmitida do cachorro doente para seres humanos. Seus principais sintomas nas fêmeas são: morte embrionária precoce (no caso de gravidez), aborto no terço final da gestação ou fetos natimortos. Já nos machos ocorre a infertilidade, inflamação nos testículos e dermatite escrotal.

A médica explica ainda que a principal via de transmissão de bactérias do gênero Brucella ainda é o contato sexual (via sêmen), mas é preciso ficar atento a outros fatores de risco. “A transmissão também pode ocorrer por ingestão ou inalação de resíduos provenientes de material abortado (feto e placenta), secreções de aborto, urina e materiais contaminados.”

Tumor Venéreo Transmissível

Igualmente grave, o TVT é um tumor altamente contagioso e desgastante para o animal, que precisará de quimioterapia para obter a cura. De acordo com a dra. Daniela, sua disseminação também ocorre por contato sexual, muito embora ele também possa ocorrer através do contato prolongado com superfícies ou animais doentes.

Farejar os companheiros pode facilitar a contágio de DSTs - CC FlickrFarejar os companheiros pode facilitar a contágio de DSTs
Crédito: CC Flickr

Seus principais sintomas são o aparecimento de secreção sanguinea lenta pela vagina ou pênis do animal. São comuns também nódulos avermelhados e massas tumorais de até 10 cm de diâmetro semelhantes à couve-flor. Para o tratamento, além da quimioterapia, também são utilizadas a remoção cirúrgica do tumor e a radioterapia. A veterinária explica ainda que, em casos mais avançados há a modificação do comportamento do animal, que torna-se mais apático, anoréxico, além de apresentar retenção urinária. Outro fator que a médica chama a atenção são os chamados períodos do cio. Ela explica que em países de clima tropical como o Brasil, os cios ocorrem com maior frequência nos meses de dezembro a junho, e portanto, o número de cruzamentos tende a ser maior nesta época, e consequentemente, é também maior a incidência de DSTs.

Prevenção e tratamento

A prevenção e controle da Brucelose acontecem após a confirmação da presença da bactéria Brucella nos cães, através de sorologia em laboratório. No caso de animais positivos, os mesmos devem ser impedidos de acasalar e ser castrados. O uso de antibióticos é o mais indicado para o tratamento.

A veterinária lembra ainda que o cuidado deve ser redobrado no caso de canis ou em residências onde há mais de um animal, já que pode haver a contaminação dos mesmos. No caso dos humanos em contato com bichos infectados, é importante o uso de luvas e a cremação dos resíduos provenientes do parto ou aborto. Já no TVT, a melhor forma de prevenção está na castração e cuidados na hora do cruzamento. A dra. Daniela orienta que os donos sejam criteriosos quando forem cruzar seus cães e também fiquem de olho quando saírem para passear com os pets na rua.

Artigo AnteriorPróximo Artigo

Comments