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Ruídos da cidade obrigam pássaros a mudarem melodias

Cientistas descobriram que os pássaros machos têm cantado em frequências mais altas para enfrentar os ruídos da vida moderna.

Mas, apesar do maior do esforço para que as canções sejam ouvidas, as fêmeas têm achado as melodias menos atraentes que as antigas.

Para se fazerem ouvir diante das cidades barulhentas, aves estão mudando a frequência das melodias. - FlickrPara se fazerem ouvir diante das cidades barulhentas, aves estão mudando a frequencia das melodias.
Crédito: Flickr

Por isso, os machos que se adaptaram a esta nova realidade correm o risco de não encontrarem uma companheira para procriação.

“Esta informação é crítica para entendermos o impacto dos ruídos na vida selvagem. Os estudos revelam que os sons de baixa freqüência estão diretamente relacionados com o sucesso reprodutivo”, diz Wouter Halfwerk, da Leiden University, na Holanda.

Estudos anteriores sugeriam que algumas espécies haviam abandonado os coros do amanhecer para cantarem à noite, quando as ruas são mais silenciosas.

No experimento conduzido pelo profissional, o comportamento de aves foi analisado no Parque Nacional da Holanda entre maio de 2009 e abril de 2010. Pesquisadores gravaram a comunicação entre machos e fêmeas, analisaram os laços familiares entre as aves e reproduziram os sons de machos com diferentes níveis de ruídos ao fundo.

Descobriu-se que pássaros que cantaram em baixas freqüências tinham menos probabilidades de serem traídos por seus companheiros. Em alguns casos, um dos pássaros destes casais “fugia” antes do nascer do sol para encontrar “pares extras”.

Quando o ambiente estava barulhento, fêmeas mostraram-se menos propensas a deixarem seus ninhos para acasalarem com machos que cantavam em baixa frequência de madrugada.

Isso começou a obrigar os pássaros urbanos a cantarem suas melodias em frequência mais elevada para confrontar as condições barulhentas do ambiente.

“Os indivíduos que tiveram de se contentar com locais barulhentos podem sofrer uma redução do número de parceiros, limitando assim o sucesso reprodutivo”, finaliza Wouter.

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