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Trabalhadores de quatro patas

Trabalhadores de quatro patas - PetMagTrabalhadores de quatro patas
Crédito: PetMag

No dia 1° de maio foi comemorado em diversos países no mundo, inclusive, no Brasil, o Dia do Trabalho. Mas parece que não são apenas os seres humanos que merecem um dia de descanso. Os animais têm se mostrado verdadeiros profi ssionais em muitas áreas. Nesse mercado atuam modelos, bombeiros, policiais, terapeutas e até guias para deficientes visuais. E todas essas funções têm se tornado cada vez mais reconhecidas e fundamentais para o nosso próprio bem-estar.

Joe, de 6 anos, por exemplo, é sempre muito aguardado nos diversos locais onde trabalha. Dono de uma agenda lotada de dar inveja a muito médico por aí, o compenetrado Golden Retriever atua há 5 anos como terapeuta em asilos e hospitais na capital paulista. Membro fundador do projeto “Joe Amicão e Cãopanheiros”, o cachorro atende de segunda a sexta-feira, juntamente a outros 14 animais, os pacientes do departamento neuromuscular, da pediatria e psiquiatria do Hospital São Paulo, além do Hospital Cruz Verde, o GRAACC (Grupo de Apoio ao Adolescente e a Criança com Câncer), bem como sua casa de apoio.

Joe atua como terapeuta há 5 anos - PetMagJoe atua como terapeuta há 5 anos
Crédito: PetMag

Rosamaria Simon Leivas, responsável pelo setor de quimioteca do GRAACC, explica que apesar do ambiente proporcionar jogos eletrônicos, fi lmes e brinquedos para as crianças se distraírem enquanto passam pelas longas horas de quimioterapia, a presença de Joe se destaca. “Manter uma criança por até 8 horas para receber o tratamento não é tarefa fácil, mas percebo que na quinta-feira, dia do Joe nos visitar, são as próprias crianças que me lembram dele. Sua presença as ajuda a esquecer que estão fazendo quimioterapia.”

Mais que simples bengalas Dentre os animais de trabalho, não são apenas os terapeutas que desempenham papel fundamental na sociedade. Ainda novos no Brasil – começaram a ser treinados em 2000 –, os cães guia têm proporcionado a seus donos uma maior autonomia e liberdade. As labradoras Zuca e Raíssa que o digam. Elas são “os olhos” do modelo Jonas Santiago Demétrio e do técnico de informática Márcio Antônio de Souza, ambos benefi – ciados com animais treinados pela ONG Cão Guia Brasil. Segundo os jovens, ter a companhia das cadelas facilitou em diversos aspectos, mas a maior vantagem, sem dúvida, foi a possibilidade de serem inseridos novamente na sociedade, já que há sempre alguém que se aproxima para “puxar papo” por causa do animal, como explica Márcio Antônio. “Com a Raíssa por perto, as pessoas me cumprimentam, perguntam sobre ela, coisa que com uma bengala não acontece”, justifica.

Infelizmente, o número de animais para a função no País ainda é ínfimo, cerca de 70 para mais de 5,4 milhões de deficientes, segundo informações da Associação Brasileira de Oftalmologia. Um dos principais motivos seria o alto custo para a capacitação dos animais, que chega a 25 mil reais, mas o Governo Federal, em parceria com algumas universidades já trabalha para a criação de centros formadores para esses brilhantes profi ssionais de quatro patas.

Heróis e mocinhas

Além dos terapeutas e guias, existe uma classe de trabalhadores peludos que arriscam diariamente o seu focinho, tudo para manter a ordem nas cidades e ainda salvar milhares de vidas. Esses são os cães bombeiros e policiais, que realizam resgates, auxiliam na contenção de multidões em estádios de futebol e ainda identificam drogas e localizam feridos em escombros e acidentes.

Joe e outros 14 cães visitam diversos hospitais em São Paulo - PetMagJoe e outros 14 cães visitam diversos hospitais em São Paulo
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A colaboração dos animais é tão importante, que em muitos casos, ela pode representar a vida ou a morte para alguns. Esse foi o caso das vítimas das enchentes que assolaram Santa Catarina, em 2008. Coube a Jade, uma espoleta cadelinha da raça Pastor Belga de Malinois, salvar 12 pessoas desaparecidas. Ela, que é integrante do Corpo de Bombeiros de São Paulo, já participou de mais quatro operações e treina desde filhotinha para alcançar a posição de soldado.

Jade e o cabo Lelis, seu treinador, atuam no Corpo de Bombeiros em São Paulo - PetMagJade e o cabo Lelis, seu treinador, atuam no Corpo de Bombeiros em São Paulo
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Segundo o Tenente Comandante do Canil dos Bombeiros, Luciano de Almeida, para chegar ao patamar de cão de resgate, um longo período de treinamentos deve ser percorrido. “Assim que chegam ao batalhão, por volta dos três meses, os cães já começam os testes. Eles não podem ser medrosos e devem ser muito brincalhões”, ressalta.

Não tão corajosa quanto Jade, mas nem por isso menos profissional, Neggy, uma gatinha da raça Maine Coon, também começou a trabalhar desde pequena. O exótico felino de apenas 8 meses e espantosos 5,5 kg – trata-se de uma raça gigante – já foi capa de revista e participou de matérias de jornais, além de ter atuado em comerciais e concursos de beleza. Atualmente, está cadastrada em duas agências de pets modelos.

Existem cerca de 70 cães guia em serviço no Brasil - PetMagExistem cerca de 70 cães guia em serviço no Brasil
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E para tomar conta da agenda atarefada da gatinha, só mesmo a carioca Tany Cruz, a dona-coruja. Segundo ela, desde os 15 dias de vida a pequena demonstrou talento para ser artista. “Ela sempre foi muito fotogênica e, após fotografá-la, ela estica a patinha como quem deseja conferir como ficou a imagem”, diverte-se. Muito calminha e profissional, Neggy não reclama nem quando precisa vestir roupinhas, tarefa dificilmente aceita por gatos. Recentemente, ela participou de um ensaio fotográfico com roupinhas da Copa do Mundo e não reclamou do boné e vestidinho que precisou usar.

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