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Lesões no focinho e nas orelhas podem ser sinal de LVC

A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma doença infecciosa, mas não contagiosa, transmitida pelo protozoário Leishmania, por meio da picada do flebótomo Lutzomyia longipalpis. O flebótomo, que é parecido com um inseto e é popularmente chamado de “mosquito palha”, quando está contaminado com o parasita em questão, transmite a doença entre diversos animais silvestres e também em cães e gatos.

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Durante o ciclo de desenvolvimento da doença, a fêmea do inseto ingere macrófagos parasitados que se hospedam em seu intestino e, posteriormente, ocorre a transmissão. Assim que o animal possui a LVC em seu sangue ou na pele, passa a ser um reservatório de contaminação para os outros insetos, que podem infectar outros animais e os seres humanos.

Os cães domésticos são considerados os principais hospedeiros desse protozoário. Por isso, é importante frisar que a LVC não é retransmitida pelo contato de mordidas ou lambidas do nosso amigão. E sim, somente com a picada do inseto infectado. Por ser transmitida também ao homem, a doença é considerada uma zoonose que vem crescendo em números alarmantes pelo mundo e também no Brasil.

Segundo especialistas, na maioria dos casos a doença é assintomática e pode passar despercebida até que se agrave. Mas, em alguns casos, podem ser observados sintomas clínicos, como:

  • Emagrecimento repentino;
  • Perda de pelos;
  • Lesões na pele (especialmente nas pontas das orelhas e no focinho);
  • Inflamações nos olhos;
  • Crescimento exagerado das unhas;
  • Artrites;
  • Comprometimento de rins, baço e fígado.

Caso ocorra a desconfiança que o animal está infectado, é necessária uma consulta ao seu médico veterinário de confiança, para que o diagnóstico seja feito através de exames laboratoriais especializados, como uma pesquisa das leishmanias na medula óssea do animal.

Cuidados preventivos

O inseto transmissor se prolifera em lugares com matéria orgânica e tem hábitos noturnos. Para evitar o contágio, é preciso tomar alguns cuidados. Fique de olho nas dicas:

  • Limpar e desinfetar o ambiente em que o animal vive, como canis, quintais e varandas;
  • Evitar acúmulo de fezes, folhas e restos de alimentos e frutas;
  • Utilizar repelentes ou inseticidas;
  • Evitar a formação de umidade e material em decomposição;
  • Não sair para passear com o animal ao amanhecer e ao entardecer;
  • Providenciar telas protetoras especiais contra flebotomíneos em portas e janelas. Nesse tipo de tela, os orifícios são menores que o tamanho usado na proteção contra os mosquitos.

Vacina

A vacina já existe em algumas regiões do país e previne que 80 a 95% dos cães sejam infectados pela picada do inseto. Entretanto, ela é destinada apenas para cães saudáveis, sendo necessário o exame sorológico para detecção da doença.

A prevenção deve ser feita a partir dos quatro meses, divididas em três doses em um intervalo de 21 dias entre as aplicações. É necessário fazer a revacinação um ano após a primeira dose, sendo repetida anualmente.

Tanto os animais como os humanos infectados, serão sempre portadores do parasita da LV, mesmo se tiverem passado por tratamento. Por conta disso, é preciso manter acompanhamento do médico veterinário para fazer os exames laboratoriais de rotina.

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