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Terapias assistidas com cães rompem barreiras entre paciente e médico

Os pets passaram a ser utilizados em terapias assistidas e podem trazer vários benefícios aos pacientes. Pesquisas comprovam os resultados positivos obtidos já nos seis primeiros meses de terapia assistida com a presença de um animal. Eles contribuem de diferentes maneiras, mas em todos os casos funcionam como uma ponte entre o terapeuta e paciente, seja para facilitar na adesão a um protocolo terapêutico, no uso de medicações ou na continuidade de uma psicoterapia.

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O cão é o animal mais frequente nesse tipo de terapia, devido ao desenvolvimento de habilidades comuns a dos humanos ao longo de sua trajetória evolutiva e também pelo entusiasmo das pessoas que convivem, educam e admiram as qualidades dos parceiros caninos. “Os cães combinam capacidades únicas: o companheirismo, a habilidade de reconhecer os estados emocionais dos humanos e a possibilidade de ajudar em tarefas de forma interativa e solicita”, afirma a Dra. Ceres Faraco, veterinária parceira da Comac (Comissão de Animais de Companhia do SINDAN). A presença dos animais de companhia deve ser incluída sempre que haja um planejamento terapêutico integrativo, em que o animal faz parte das conquistas dos objetivos.

Nestes casos eles passam a agir como ajudantes, abrindo um canal de comunicação emocionalmente seguro entre o médico e o paciente, pois há grande possibilidade dos sentimentos e experiências serem projetados no animal. Além de contribuir para que seja extinta uma possível resistência para se iniciar algum tipo de tratamento. O avanço pode ser percebido logo nos primeiros dois meses de trabalho, quando relacionado a aspectos psicossociais, como no desenvolvimento de habilidades sociais, empatia, coesão e incremento de interações sociais. Já naqueles em que há desenvolvimentos específicos da Saúde Mental ou em Aprendizagem, os avanços gradativos aparecem ao longo dos primeiros seis meses de inclusão de animais como terapia complementar.

Em relação às restrições, Dra. Ceres afirma que podem ser devidas a questões do animal e do paciente. Pacientes com doenças transmissíveis ou com comportamentos opositores, violentos ou impulsivos podem representar um risco ao animal. A inclusão de animais nestes contextos algumas vezes não é recomendada e em outras, somente com muita cautela e supervisão. Além disso, há pacientes em condições de imunossupressão e em imunodepressão, para estes deve haver uma decisão médica sobre o benefício do contato. Em alguns casos, pacientes que têm a resposta imunitária atenuada por uma enfermidade, podem ser beneficiados se estiverem simultaneamente com quadros depressivos. Mas cada caso deve ser analisado em suas particularidades.

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