Seu gato é daqueles bem preguiçosos, que passam o dia todo dormindo bem enroladinho no sofá? E seu cachorro? Tem sono leve e acorda com qualquer barulhinho, por mais sutil que seja? Saiba que essas são características comuns do padrão de sono de cada um deles, de acordo com a especialista em comportamento animal Carolina Rocha, de São Paulo. Dormir bem é essencial para que o pet descanse e fique pronto para brincar e se exercitar durante o resto do dia. No entanto, sono demais ou de menos pode ser um sinal de que algo não vai bem.
De acordo com Carolina, os bichos também passam por estágios de sono, assim como os humanos. Além disso, eles sonham e tem a frequência cardíaca e respiratória e a pressão arterial diminuída, assim como acontece conosco. “A questão é que a ordem e a duração dessas fases são diferentes – eles passam grande parte do tempo em estado de alerta. Apesar de estarem de olhos fechados, qualquer barulho os desperta. Além disso, cães e gatos acordam muitas vezes, aproximadamente a cada 20 ou 30 minutos. Eles têm intervalos frequentes de sono profundo, intercalado com estados de sono leve e de alerta”, explica a especialista.
Mas quanto tempo é normal um animal dormir por dia? A duração varia, como de pessoa para pessoa, e depende da raça, da idade e da personalidade. Em geral, os cachorros costumam dormir de 10 a 16 horas por dia, enquanto os gatos dormem de 12 até 20 horas por dia.
Quando o sono (ou a falta dele) vira motivo de preocupação
Perceber uma mudança muito brusca no padrão do sono do seu bichinho de estimação pode ser importante para detectar eventuais problemas de saúde ou de comportamento. Porém, antes, é preciso descartar situações temporárias que tiram mesmo o animal da rotina com a qual ele está acostumado. “Se a família mudou de casa, se alguém com quem o bicho tinha bastante convívio faleceu, se ele passou por algum procedimento cirúrgico ou está tomando algum tipo de medicação, o sono pode se alterar por um período”, diz Carolina.
No entanto, se não houver nenhum motivo aparente ou se a mudança no padrão persistir por um tempo mais longo é preciso observar atentamente, porque isso pode ser um sinal de cansaço, de excesso de estímulo, de falta de estímulo (físico e mental) ou até mesmo de algum distúrbio neurológico ou infeccioso. “Se o animal estiver com o sono alterado, o dono deve observar outros fatores para tentar identificar o problema: repare se ele late muito, se rosna em excesso, se faz movimento de mastigar sem ter nada na boca, se está com comportamento agressivo ou se mexe os membros rapidamente muitas vezes enquanto dorme”, indica a profissional.
Caso a resposta seja positiva, é importante tentar perceber o que pode haver de errado no dia a dia do bicho. Se ele estiver dormindo mais do que o normal, tente aumentar a quantidade e a duração dos passeios, dos exercícios e das brincadeiras, para estimulá-lo. Se estiver muito agitado, com pouco tempo de sono, diminua o ritmo e ajude-o a relaxar, oferecendo um cantinho confortável e com menos barulho.
“Cada animal tem um local preferido, uma caminha, uma companhia. Alguns dormem mais facilmente em qualquer lugar e outros têm gostos mais particulares. Propicie um espaço confortável, protegido do frio, seguro, com menos barulho e um cobertor macio. Isso pode ajuda-lo a dormir melhor”, sugere Carolina. Observe se assim o sono do seu pet melhora ou se a dificuldade persiste. No segundo caso, procure a ajuda de um profissional para investigar se está tudo certo com seu melhor amigo.