A T. Nutricula muda para a forma de pólipo em momentos de necessidadeCrédito: Anja Ranneberg
Com os avanços da medicina, está se tornando cada vez mais comum os seres humanos alcançarem um centenário de vida. De acordo com o Censo realizado em 2000 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existiam no país nada menos que 24.576 de pessoas com 100 anos ou mais.
Mas os números prometem aumentar caso estudiosos consigam reproduzir em pessoas o que acontece no organismo da Turritopsis nutricula, uma espécie muito peculiar de Água-viva. Se as observações feitas em laboratório estiverem corretas, a T. nutricula é o único animal do planeta a alcançar a imortalidade.
A característica única foi percebida após o estudo do ciclo de vida do animal. Descobriu-se que a T. Nutricula se alterna entre seus dois tipos de forma, o inicial (Pólipo ou Hidróide) e o adulto (Medusa, ou Água-viva).
Na fase inicial, quando ela é um “bebê” e pouco desenvolvida, é chamada de Pólipo. Nessa época o animal fica estático no solo, se assemelha a uma planta, e vive em colônias, como os corais. Quando ela cresce e se desenvolve, ela se desprende do solo, e transforma-se em Medusa.
O interessante observado na T. nutricula é justamente a capacidade de voltar ao estágio de Pólipo, ou inicial, mesmo depois de já crescida. A regressão à forma juvenil acontece devido a diversas situações como, alterações ambientais, falta de alimento, queda de temperatura, entre outras.
Entre as T. Nutricula no estágio adulto (Medusa), os cientistas não detectaram nenhum exemplar da espécie que tenha morrido de morte natural, algo esperado, uma vez que o estágio adulto ocorre apenas durante a reprodução, sendo que logo em seguida, ela deveria morrer.
Compreender o porquê desses animais não morrerem e conseguirem regressar a sua forma juvenil pode ser a chave para determinar se o envelhecimento e a morte são inseparáveis ou se eles podem ser retardados ou evitados por completo.