Quem nunca multiplicou a idade do cão por sete para estimar a idade “humana” do bichinho? Seguindo esta lógica, um cão de cinco anos teria 35, certo? Errado. A ciência rebate a teoria de que a proporção, alegando que contextualizar a vida de um cão é mais complexo do que se imagina.
O conceito da fórmula surgiu no século XIII, quando a Abadia de Westminster afirmou que a vida dos cães seguia a linha do cálculo por 9. Depois de 1.500 anos, um naturalista francês mudou a regra matemática para 8. Quando, em 1950, chegaram ao número sete.
Para o veterinário William Fortney, tudo não passou de uma ação de marketing. “Foi uma maneira de encorajar os donos a levarem os seus cachorros ao veterinário ao menos uma vez por ano”.
Muitos pesquisadores começaram a questionar a validade da regra. O estudioso francês A. Lebeau descobriu que os cães envelhecem 15 a 20 vezes mais em seu primeiro ano de vida do que os humanos.
Segundo ele, o envelhecimento diminui, gerando uma relação de cada ano canino vivido equivaler a cinco humanos. Assim, teríamos uma proporção ainda mais exata: por exemplo, um cão de um ano equivaleria a um humano de 15 anos; um cão de dois anos seria o mesmo que um humano de 24 anos; e cada ano vivido por um cachorro equivale a quatro humanos.
Mas outros estudos sugeriram lógicas diferentes de cálculo, segundo tamanho, peso e raça, que seriam essenciais para quantificar a idade dos cães. Para o especialista em envelhecimento animal David J. Waters, “oito anos em uma raça não são o mesmo que oito anos em outra”.
Os cachorros se enquadram em quatro categorias de tamanhos: pequenos, médios, grandes e gigantes. De acordo com os institutos de pesquisa, o porte é decisivo na diferenciação de idade. Biólogos creem que cachorros gigantes envelhecem mais rápido do que os pequenos.
Na média geral, os cães começam a enfrentar problemas geriátricos a partir de um determinado ano. Em idade humana, 11 para cachorros pequenos, 10 para os médios; oito para os grandes e sete no caso dos gigantes.
Os estudos revelaram ainda que o São Bernardo pode envelhecer 26 anos humanos em um só ano de vida; já o Poodle somente 10. Seguindo na contra mão da lógica do tamanho, os Beagles envelhecem mais rápido do que animais com o seu porte. No entanto, os cientistas ainda não encontraram uma justificativa para o fenômeno.