Os seres humanos já tinham cães como companheiros muito antes do que imaginamos. Antes de termos nossas casas, de cultivarmos nossos alimentos ou de domesticarmos outros animais, o cão já era o melhor amigo do homem. Ainda assim o que a ciência conhece sobre este animal é muito pouco.
A partir deste ano, isso deve mudar. Todos os principais geneticistas, paleontólogos e arqueólogos especializados em cachorros no mundo se uniram sob a liderança do biólogo americano Greger Larson, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e, juntos, irão rever todo o registro fóssil canino já encontrado pelo planeta.
Os cientistas concordam que o cão doméstico veio do lobo, mas discordam de muitas coisas sobre nosso fiel companheiro. A história indica que o lobo achou vantajoso se aproximar do primata para se beneficiar dos restos de comida, mas os pesquisadores não chegaram a um consenso sobre o local de origem da espécie. Muitos falam em África, outros em Europa, até mesmo Sibéria, Mongólia Extremo Oriente.
Sabe-se que os cães já haviam sido domesticados há 14 mil anos, pois sepulturas caninas dessa época foram encontradas. Alguns estudiosos, no entanto, afirmam que foram encontrados ossos com traços de cães domésticos há mais de 30 mil anos na Bélgica e na República Tcheca.
A confusão veio lá do século 19, quando, segundo Larson em entrevista ao jornal The New York Times. Em 1800, a Europa passou a criar novas raças caninas, misturando exemplares todas as raças do mundo. O resultado foi uma mistura genética, na qual fica difícil traçar a origem real.
Os raças de cães de hoje são resultado desse fenômeno. Pesquisadores de cada parte do mundo têm dificuldade de conectar as características dos fósseis ligadas aos cães da atualidade. A proposta de Larson ao unir os cientistas pelo planeta é mapear a diversidade genética canina e descobrir como os lobos ferozes viraram os amigões de língua de fora. Os primeiros resultados devem sair ao longo de 2016.