Nova York está a caminho de se tornar o primeiro estado norte-americano a proibir os donos de gatos de removerem cirurgicamente as unhas seus animais de estimação.
A expectativa é de que a nova legislação estadual seja aprovada pelo Senado e pela Assembleia.
“Nova York se orgulha de ser o primeiro estado a tomar esta decisão”, disse Linda Rosenthal, patrocinadora do projeto. “Isso terá um efeito dominó.”
Cidades como Los Angeles e Denver já estabeleceram leis semelhantes, mas Nova York seria o primeiro estado a fazê-lo.
O decreto de proibir a remoção das garras de pets tem recebido apoio de organizações como PETA e The Humane Society.
“O chamado ‘declawing’ é uma mutilação violenta, invasiva, dolorosa e desnecessária que envolve 10 amputações separadas – não apenas das unhas dos gatos, mas também de suas articulações“, escreve a PETA em seu site. “A prática é proibida na Alemanha e outras partes da Europa como uma forma de crueldade.”
Imagem divulgada por entidades em defesa da medida, mostram como procedimento em gatos seria feito, caso realizado em humanos. “A remoção de unhas envolve a amputação do último osso de cada dedo. Este seria o equivalente em um humano”, diz. (Crédito: divulgação)
No entanto, a lei também viu oposição da Sociedade Médica Veterinária do Estado de Nova York (NYSVMS) e da Associação Médica Veterinária Americana (AVMA), que alegam ser uma decisão que cabe a cada dono de animal e seu veterinário, não imposta por uma lei.
“O NYSVMS se opõe a qualquer legislação que proíba o procedimento no Estado de Nova York e reforça a capacidade de um veterinário licenciado de exercer sua profissão”, disse a sociedade em sua agenda legislativa de 2019. “Esta posição espelha a da Associação Americana de Medicina Veterinária.”
Ilustração de como o procedimento a laser é realizado (Crédito: divulgação)
A AVMA diz ainda que a remoção cirúrgica das unhas de gatos domésticos “deve ser considerada somente após tentativas para evitar que o gato use suas garras destrutivamente ou quando apresentarem um risco à saúde do seu proprietário”.
O texto da lei diz que as exceções à proibição incluem a retirada das garras para “fins terapêuticos”, como doenças existentes ou recorrentes, infecção, lesão ou condições anormais que venham a comprometer a saúde do gato.
Manifestações na internet contra a posição da AVMA e NYSVMS (Crédito: divulgação)
Qualquer um que violar a proibição pode enfrentar multas de até mil dólares (o equivalente a 4 mil reais), de acordo com o projeto.