Notícias

Animais não transmitem coronavírus, dizem especialistas

As autoridades de Hong Kong atualizaram seus relatórios sobre o único cão até o momento que parece ter sido infectado em baixo grau por coronavírus. Eles alegam que se trata provavelmente um caso em que um humano transmitiu o vírus ao cão.


Cão em Hong Kong: vírus não por ser transmitido por cães ou gatos (Reprodução)

Um porta-voz do Departamento de Agricultura, Pesca e Conservação do governo disse que o cão, que foi testado várias vezes, ainda está em quarentena, mas não está doente.

Mais de 3.000 pessoas já morreram devido ao vírus, que se espalha pelo mundo. Mas, de acordo com as autoridades, não há motivo para se preocupar com seus pets.

Tanto os Centros de Controle e Prevenção de Doenças quanto a Organização Mundial de Saúde Animal emitiram alertas dizendo que não há evidências de que animais de companhia possam espalhar o vírus. “Portanto, não há justificativa para tomar medidas contra cães, gatos ou qualquer outro animal que possam comprometer seu bem-estar”, afirmou a entidade.


Pets não apresentam perigo de transmissão do vírus (Reprodução)

“Além de manter boas práticas de higiene, os tutores de animais não precisam se preocupar excessivamente e, em circunstância alguma, devem abandonar seus pets“, afirmou o governo de Hong Kong.

Sobre o único cão diagnosticado com o vírus, o que se sabe até a presente data é: um paciente de coronavírus em Hong Kong tinha um cachorro, as autoridades testaram o cão, que mostrou sinais de presença do vírus no nariz e na boca. Os resultados mostram um “positivo fraco”. O cão permanecerá em quarentena até que seus testes sejam negativos.

Raymond R.R. Rowland, veterinário especialista em vírus suínos da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, disse que os chamados positivos fracos geralmente aparecem em testes em porcos.

Mesmo se houver uma infecção de baixo nível, de acordo com Rowland, “isso não significa que o animal esteja suficientemente infectado para espalhar o vírus”. Pode ser um hospedeiro sem saída, não ficando doente nem infectando outras pessoas ou animais.

Edward Dubovi, professor da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Cornell, em Nova York, Estados Unidos, trabalhou com uma equipe que identificou a gripe canina em 2005. Para ele, o cachorro de Hong Kong pode realmente ter uma infecção de baixo nível, o que não seria uma grande surpresa. “Os seres humanos transmitem infecções para seus animais de estimação ocasionalmente”, disse ele. “Geralmente, nessas situações a infecção inicial não evolui nem transmite a doença“, reforça Dubovi.

Ele alerta, no entanto, que interromper a transmissão dos vírus aos animais seria uma atitude inteligente. “Quem tem o vírus deve tratar seus animais de estimação como faria com os membros da família, para tentar impedir a transmissão, limitando assim o contato, usando máscara e lavando as mãos com frequência”, explica o professor.

Artigo AnteriorPróximo Artigo