Adaptáveis, inteligentes, limpinhos, os gatos têm conquistado cada vez mais espaço nos lares brasileiros. Já são mais de 22 milhões de felinos no país, a expectativa é de que este número chegue a 30 milhões até 2022, segundo o IBGE. O aumento da população felina aconteceu principalmente devido à mudança no estilo de vida das pessoas: independência e fácil adaptação a ambientes pequenos, como apartamentos, são alguns dos fatores que têm levado o brasileiro a escolher os bichanos como animais de estimação.
Para quem já tem um ou está pensando em ter, é muito importante entender o conceito de guarda responsável para garantir os cuidados básicos à saúde e bem-estar do companheiro de 4 patas. As visitas regulares ao veterinário, a vacinação, a nutrição adequada e a castração são pontos que não só contribuem para a saúde do animal, mas também para o controle populacional da espécie, evitando o aumento dos casos de abandono de filhotes.
Por se tratar de uma cirurgia, é comum tutores de primeira viagem terem muitas dúvidas sobre o processo de castração. Maicon Santini, jornalista, apresentador e influenciador digital, é tutor de primeira viagem de uma gatinha chamada Rihanna. Com experiências anteriores apenas com cães, passou a aprender sobre o mundo dos felinos recentemente. “Depois que passei a morar sozinho, fiz muitos amigos que tinham gatos. Isso despertou o meu interesse pela espécie e fui ficando cada vez mais apaixonado”, conta. No Natal de 2019, surgiu a oportunidade de adotar a Rihanna. “A chegada de um pet muda a nossa vida. Eu jamais imaginaria esta pandemia, mas é muito bom tê-la comigo. Fui em busca de informações com um veterinário e realizei todas as adaptações necessárias para oferecer qualidade de vida a ela”.
Uma das principais dúvidas do Maicon foi sobre o cio e castração da Rihanna. “Ela teve o primeiro cio aos 7 meses e tudo para mim foi novo. Contei com ajuda profissional para entender esta nova etapa da vida dela e cheguei à conclusão que o melhor a fazer seria castrar para que ela tenha mais saúde, bem-estar e longevidade. Sempre ouvi dizer que o gato depois de castrado pode acabar engordando, mas também descobri que com uma nutrição adequada isso deixa de ser um problema”, conta o influenciador que já está com o procedimento agendado.
Para esclarecer a dúvida de muitos tutores sobre o assunto, a Dra. Natália Lopes, Médica-Veterinária e Gerente de Comunicação Científica da Royal Canin Brasil, organizou um compilado de informações sobre o tema.
Os benefícios da castração
O procedimento cirúrgico é simples. Consiste na remoção dos órgãos sexuais responsáveis pela reprodução do animal, ou seja, dos testículos, para os machos, e dos ovários e útero para as fêmeas. Após a avaliação do Médico-Veterinário e com a carteira de vacinação em dia, o procedimento é realizado com o animal em jejum e com aplicação de anestésico para um procedimento indolor. Ele costuma ser feito a partir dos 6 meses de vida, e cada clínico pode adotar um protocolo específico, podendo ser realizado também no animal adulto.
Um dos benefícios da castração é a redução das “fugas”. Alguns estudos apontam que pode haver uma redução em até 94%, o que impacta indiretamente a expectativa de vida dos gatos, que pode passar ao dobro do que a de um gato que não passou pelo procedimento, já que ele se torna menos suscetível a doenças infecciosas contraídas na rua, a acidentes, traumatismos, intoxicações e maus tratos. Além disso, evita ainda a reprodução indesejada, o abandono de animais e as doenças do sistema reprodutivo – especialmente nas fêmeas, em que reduz o risco de tumor de mama e de doenças uterinas.
Alterações hormonais
As alterações hormonais causadas pela castração demandam certas adaptações e a alimentação de qualidade e adequada às necessidades do felino castrado se torna essencial.
Logo após a cirurgia, o gato castrado tende a aumentar o consumo espontâneo de alimento. Em gramas, um macho castrado tende a comer 26% a mais, e a fêmea castrada 18% a mais, se mantido alimento em quantidade à vontade.
Estudos mostram que para gatos, já nos 3 primeiros meses pós castração pode-se tornar evidente o ganho de peso. O risco do sobrepeso e obesidade aumentam em até 3 vezes, decorrentes do fato do gato castrado ficar menos ativo e, consequentemente, gastar menos energia. Se ele continuar ingerindo o mesmo alimento de antes, na mesma quantidade, pode ocorrer um desbalanço energético para mais, e o acúmulo de gordura.
Os benefícios da castração são mais vantajosos do que os pontos de atenção. Com a adequação da rotina, especialmente a adoção de uma nutrição desenvolvida especialmente para os gatinhos castrados, que reduz calorias enquanto mantém a saciedade com proteína de qualidade e fibras, o gato levará uma vida normal e saudável.
Os alimentos para gatos castrados são uma alternativa inteligente para auxiliar na manutenção do peso correto e, consequentemente, da saúdo do animal. Informe-se com o seu veterinário sobre as opções de nutrição disponíveis no mercado, de acordo com a idade e necessidades do seu gato.