Crédito: Mitchell Powell / SXC
Se a Rottweiler Junco, de 10 anos, pudesse falar na época em que estava doente, com certeza ela agradeceria a dedicação e carinho da veterinária que a acompanhou nos seus últimos dias de vida. A cadela estava na fase terminal de uma doença chamada Babesia, causada por carrapatos, e acabou falecendo em 2006. “A dra. Michele não poupou esforços para descobrir a doença da Jun e salvá-la. Até durante os fins de semana ela a visitava. E quando tivemos a notícia de que ela precisaria ser sacrificada, além de eu e minha mãe termos chorado muito, me recordo que a Michele também se emocionou”, conta a jornalista Erika Omori, editora do PetMag.
Apesar da história de Junco e a dra Michele não ter resultado em um final feliz, o agradecimento à devoção da médica permanece para sempre. “É uma pena que ela acabou se mudando de cidade e perdemos contato, mas sem dúvida, a Michele foi a melhor veterinária que já conheci”.
É diante de casos como este que se faz mais que justificável a comemoração do dia 9 de setembro, o Dia do Médico Veterinário. Vale lembrar que mais do que simplesmente ser um profissional que cuida do bem-estar e da saúde dos animais, o veterinário também atua na cadeia produtiva dos alimentos de origem animal, desde os rebanhos até chegar à mesa do consumidor. Também pode atuar em zoológicos, institutos de pesquisa, indústrias de produtos veterinários, defesa sanitária animal, entre outros, de acordo com o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).
Túnel do tempo
Com tantos campos de atuação, não é à toa que a profissão seja tão antiga. Há registros que a medicina veterinária já aparecia em papiros da Babilônia datados de mais de 4 mil anos a.C. Mas foi apenas durante o reinado de Afonso V de Aragão, na Espanha, que o estudo básico da profissão teve início. A primeira faculdade de medicina veterinária que se tem notícia situava-se na França, fundada em 4 de agosto de 1761. A escola deu início ao segmento por toda a Europa, chegando ao Brasil apenas em 1914.
Apesar dos esforços do Imperador Dom Pedro II em implantar o curso no Brasil depois de ter ficado maravilhado em uma visita feita na Escola de Veterinária de Alfort, na França, em 1875, o curso só foi implantado anos depois. No dia 17 de julho de 1914, o Rio de Janeiro ganhava a primeira Escola de Veterinária do Exército.
Desde então, a especialidade se modernizou, ganhou novas áreas de atuação, e tem conquistado pesquisadores interessados em estudos de outros setores como genética, biotecnologia, fisiologia, etc. Pedro Henrique Cardoso, veterinário recém-formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRRJ) e responsável técnico do Aqualife Pet Center, diz estar de olho nessas novas modalidades e pretende iniciar em breve sua especialização. “Atualmente estou fazendo um estágio na Universidade de São Paulo (USP) para tentar mestrado na área de Microbiologia, que é uma área que eu adoro. Um dia, quem sabe, gostaria de ser professor de uma boa universidade”.
Seja no consultório, indústria, zoológico ou mesmo no laboratório, ao longo dos anos os veterinários têm trabalhado com empenho para promover o bem-estar, harmonia e aproximação na relação animal e ser humano. A equipe PetMag parabeniza os médicos veterinários que, além de técnica e conhecimento, trabalham com dedicação e amor.
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