Ancestrais de cães e gatos são mais antigos do que se imaginavaCrédito: Mickeymox
Apesar de ser unanimidade entre os estudiosos que o cão foi um dos primeiros animais a ser domesticado pelo homem, e que desde então, tem acompanhado os seres humanos desde os tempos mais antigos, há, sem dúvida, muito desse universo que ainda não foi desvendado. Os lugares exatos e em que tempo que os animais surgiram, por exemplo, são questões que sempre intrigaram os especialistas. Pensando justamente em se aprofundar no tema, foi publicada na revista científica “Molecular Biology and Evolution” de setembro, a maior análise genética da história evolutiva dos cães.
De acordo com a pesquisa, os mais de 250 milhões de cães existentes no planeta descendem de um mesmo grupo de animais e sua domesticação ocorreu de uma só vez. Os responsáveis por tamanho feito foram os lobos selvagens habitantes da região sul da China, próxima ao rio Yangtze, há mais de 16 mil anos.
O biólogo Peter Savolainen, explica na metodologia de sua pesquisa, que para chegar a esta e outras conclusões, foi analisado o DNA mitocondrial dos cães, aquela herança genética que passa quase intacta das mães para os filhos. Com esse código foi possível a construção das árvores genealógicas dos mais de 1,7 mil animais, todos vindos da Ásia, África e Europa.
Dentre as descobertas, a que mais chama a atenção é que cerca de 98.7 % dos cães na Europa e 94.6 % no Sudoeste da Ásia compartilham de mesmo código genético, o que sugere um ancestral em comum muito próximo, apesar da distância geográfica entre os animais.
Estudo semelhante foi realizado na Universidade de Oxford, Inglaterra, na qual cerca de 980 gatos foram submetidos a análises e comparações de DNA mitocondrial com o objetivo de rastrear seus ancestrais. Constatou-se que o primeiro gato a conviver com humanos, e por sua vez, o pai de todos os outros gatos domésticos, viveu há cerca de 10 mil anos no Crescente Fértil, região entre Israel e o Iraque. Trata-se do Felis silvestris lybica, uma sub-espécie de gato selvagem que possui o código genético mais semelhante com o dos felinos existentes atualmente.
Segundo os pesquisadores, a domesticação aconteceu de uma só vez e uma possível explicação para as diferenças quanto à cor, pelagem e tamanho dos animais seria a migração que muitos fizeram para outras regiões, forçando-os a se adaptarem às novas condições climáticas, possíveis perigos, entre outros.