As equipes de vigilância ambiental e da vigilância epidemiológica da Secretaria de Saúde do Distrito Federal identificaram aumento no número de casos de Leishmaniose Visceral no DF. O estudo, realizado desde 2005 no Lago Norte, Fercal e Varjão, diagnosticou 23 casos da doença em seres humanos. Apenas neste ano, seis casos e um óbito foram registrados.
De acordo com as equipes, que também avaliam dados de outras regiões, a principal dificuldade ao combate à doença são os proprietários de cães infectados que resistem em sacrificar os animais. Entre 2007 e 2008, foram coletadas 7.346 amostras de sangue de pets com sintomas aparentes da doença. Desse total, 1269 deram positivo. Mas apenas cerca de 30% desses cães infectados foram entregues para a eutanásia.
De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, mesmo que o animal doente não apresente mais os sintomas, ou que tenha sido curado por tratamento, ele ainda será um portador e um possível transmissor da leishmaniose. A Portaria Interministerial n° 1.426, proíbe o tratamento da leishmaniose visceral canina com produtos de uso humano ou não registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Até o momento, segundo esta mesma portaria, não há nenhum medicamento que garanta a eficácia do tratamento canino, assim como a redução do risco de transmissão. Os Ministérios da Saúde e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento consideram que há risco de indução a seleção de cepas resistentes aos medicamentos disponíveis para o tratamento da leishmaniose em seres humanos.
A Secretaria da Saúde do DF irá intensificar os trabalhos de capacitação de profissionais de saúde, para que fiquem atentos aos sintomas da doença. Uma campanha informativa será desenvolvida, e a população será alertada para que fiquem atentos aos sintomas, e que colaborem com os agentes de vigilância. Caso seja necessário, eles irão coletar amostras de sangue do animal suspeito, e se o resultado for positivo o cão deverá ser recolhido para eutanásia.