Apesar dos avanços, como o registro de casais do mesmo sexo, e o idioma falado nas famílias, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada na última semana pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), não apresentou questões como “Você possui algum animal de estimação?”, “Qual?”. Elas podem parecer fúteis, mas a falta de dados relacionados aos bichinhos dificulta a montagem de estatísticas para a saúde pública.
Essas informações poderiam ajudar a dimensionar a população de animais de companhia no País, assim como auxiliar na programação de campanhas de vacinações contra doenças importantes como a raiva.
Desde 1997, o segmento veterinário recomenda que o IBGE inclua essas questões no censo. Segundo entidades como o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (SINDAN), Associação Nacional Clínico de Pequenos Animais (ANCLIVEPA), Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos e Acessórios para Animais de Estimação (ANFALPET), entre outras, a exclusão das questões reflete negativamente no impacto de algumas ações relacionadas à saúde pública.
Milson Pereira, diretor Executivo do SINDAN, questiona como o governo irá organizar a quantidade e distribuição das campanhas de vacinação anti-rábica se desconhece a quantidade de animais por município. “Hoje os Ministérios da Saúde e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento não dispõem de informações que permitam uma programação que seja confiável, podendo enviar quantidade insuficientes a uma cidade e em excesso para outras”, explica Pereira.
Para auxiliar as empresas de saúde animal no direcionamento de suas ações, o Sindan preparou uma pesquisa para mapear a população pet no Brasil. Segundo o levantamento, o País conta com 25 milhões de cães e 7 milhões de gatos nas classes A, B e C. Mas, se as questões estivessem no censo 2010 do IBGE, ajudariam a mapear os dados sobre população de animais de estimação mais precisamente nos Estados e municípios.
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