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Há anos a população japonesa está diminuindo e envelhecendo. E neste ano, de acordo com dados do Ministério de Assuntos Internos e Comunicação, o país bateu recorde ao registrar 29 milhões de pessoas com mais de 65 anos. Já o número de crianças com menos de 15 anos tem caído durante 28 anos consecutivos. E, agora, também atingiu o recorde mais baixo, com 17 milhões, em um país que totaliza 128 milhões de pessoas.
Nesse sobe e desce de dados nipônicos, um vem chamando a atenção: o aumento do número de bichos de estimação. Em 2008, o arquipélago contabilizava 26,8 milhões de pets, o que representa um acréscimo de 5,1% em relação a 2007, de acordo com estatísticas da Associação de Alimentos para Pets do Japão. Segundo um relatório do Instituto de Pesquisa Yano, nos últimos seis anos a indústria do segmento – que movimenta cerca de 13 bilhões de dólares e inclui comida, roupas, hotéis e seguros – registrou crescimento de 15%.
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Shogo Sanjo, gerente geral da Unicharm Petcare, maior empresa do segmento pet do Japão, informa que o número de cães e gatos ingressando em uma família japonesa é o dobro dos nascimentos de bebês registrados no arquipélago. “Uma vez que a pessoa compra um cachorro ou gato, é fácil ele comprar um segundo, ou terceiro”, afirma.
Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Ichiyoshi, à medida que a população envelhece, cães e gatos passam a servir de companhia para os idosos. Na reportagem da “Bloomberg”, Kenichi Hattori, diretor de uma empresa de consultoria de negócios para pets, explica que a população japonesa está “encolhendo, ficando mais velha e as famílias estão menores. Por isso ter um bicho de estimação é uma maneira de compensar a perda que se acumula”.
Adaptações
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Sempre atento, o mercado pet japonês acompanha as tendências e necessidades dos bichinhos e dos proprietários, sempre ávidos por consumo. A Unicharm Petcare tem planos para focar suas vendas em alimentos para cães e gatos acima dos 13 anos. E assim como seus donos, parece que os bichinhos têm uma boa longevidade. “A companhia está se adaptando para atender às necessidades dos proprietários de pets, como produtos para animais mais velhos ou obesos”, informa Kazuaki Hashiguchi, analista do Instituto Ichiyoshi.
A mudança baseia-se nos dados levantados pela Associação de Alimentos para Pets do Japão. Mais da metade dos cachorros e felinos do arquipélago conta com mais de sete anos, idade considerada avançada. O número deve aumentar, assim como a qualidade da ração e dos serviços para estender a expectativa de vida desses pets.
Fraldas e perfumes também devem alavancar este mercado que está cada vez mais em ascensão, acredita Hashiguchi. Apenas em 2008, o mercado de alimentos para pets deve faturar 284.9 bilhões de ienes (cerca de 3 bilhões de dólares). Já produtos para embelezamento, coleiras e roupas estimam lucrar 159 bilhões de ienes (aproximadamente 1,8 bilhões de dólares).