Crédito: iris.org.br
Bóris foi um Labrador nada convencional. Além de cão-guia treinado em um renomado instituto em Michigan, Estados Unidos, ele foi pivô de um caso que ficou famoso em 2000, ocorrido no metrô de São Paulo. Sua dona na época, a deficiente visual Thays Martinez precisou brigar na justiça por seis anos, para que o animal pudesse acompanhá-la no metrô, mesmo com uma lei municipal lhe garantindo esse direito.
Quase 10 anos se passaram desde então, e depois de doar muito carinho e ser a “luz” na vida de sua dona, Bóris faleceu em outubro deste ano de um câncer no coração que se espalhou para os pulmões. O cachorro trapalhão, sem dúvida, vai deixar saudade. Em entrevista à revista “Época”, Thays contou que seu Labrador já havia dado sinais de que não era como os outros cães. Muito esperto, tinha uma habilidade inata para a profissão. Aprendia rápido os caminhos que precisava guiar sua dona e sabia quando andar mais devagar ou acelerar o passo. Era um líder autêntico e não gostava muito de brinquedos convencionais. Ele preferia garrafas plásticas com tampa.
A advogada revelou também que Bóris foi os seus olhos por quase nove anos, aposentando-se em novembro de 2008, com a chegada do labrador Diesel. À princípio, Bóris ficou um pouco inciumado, mas logo foi doado a um casal de amigos e pode desfrutar de sua aposentadoria. O cãozinho namorou bastante, coisa que não podia fazer durante seu ofício de guia, mas em pouco tempo, começaram a reparar que ele andava amuado. Começou a recusar comida, e na segunda consulta ao veterinário, no fim de outubro, precisou ser sacrificado.
As cinzas do Labrador foram jogadas no mar e Thays revelou à publicação que ainda se emociona ao lembrar de seu “marido de um casamento arranjado”. Depois de pensar um pouco sobre o quanto ele significa, ela chega a conclusão que existe apenas uma palavra para descrevê-lo: “luz”.