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Por que amamos alguns animais e comemos outros?

14_por_que_amamosTítulo do livro já resume tema abordado. Autora questiona porque amamos cães, comemos porcos e vestimos vacas
Crédito: Reprodução / Amazon.com

O novo livro de Melanie Joy está causando polêmica desde seu lançamento em novembro, nos Estados Unidos. O título da obra já explica o assunto abordado pela autora: “Why we Love Dogs, Eat Pigs and Wear Cows” (Por que amamos cães, comemos porcos e vestimos vacas, na tradução livre). Por que ficamos chocados quando ouvimos que é comum em determinados países o consumo de carne de cachorro, por exemplo? Por que não sentimos o mesmo quando comemos carne de boi, frango, porco ou peixe? Por que mesmo sabendo que muitos animais são mortos de maneira cruel e violenta, não hesitamos em saborear um belo pedaço de bife?

A autora até criou um termo para definir esse sistema de crença que diz que não há problema em comer alguns animais (mesmo mortos com crueldade), mas que outros não devem ser consumidos. Trata-se do “carnismo”. No primeiro capítulo do livro, a autora imagina uma cena em que amigos saboreiam uma refeição, e quando perguntam sobre a carne ficam chocados com a resposta do anfitrião: carne de Golden Retriever.

Para ilustrar melhor a cena do jantar que tem a carne Golden Retriever como prato principal (calma, nenhum Golden virou bife), a editora Conari Press fez um vídeo, baseado no primeiro capítulo do livro de Joy (o vídeo está em inglês).

Mas Joy vai mais fundo ao criticar a alimentação carnívora e o mito sobre o livre arbítrio. Ela questiona se somos realmente livres para escolher o que comer, e também no efeito pernicioso do ‘carnismo’, com o passar dos anos. “Ideologias violentas exigem participantes dispostos, e muitos norte-americanos acreditam que não é de bom grado maltratar animais. Desta maneira, pessoas precisam ser coagidas a apoiar o sistema. De qualquer forma, coerção só é eficaz quando não é notada. Nós devemos acreditar que estamos agindo inteiramente da nossa própria vontade quando vamos comprar e consumir cadáveres de animais; nós precisamos acreditar no Mito do Livre Arbítrio”, explica Melanie. Ou seja, somos complacentes e acabamos por compactuar com as atrocidades dos matadouros que torturam e matam os animais com crueldade, ao comprarmos o bife, a bisteca, a linguiça, entre outras carnes que são disponibilizadas nas prateleiras dos mercados e açougues, e não procuramos por outras opções.

Por enquanto a obra está disponível apenas em inglês, mas pode ser adquirida em sites como o Amazon.com

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