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Descoberto gene responsável por transtorno compulsivo em cães

Mapeamento genético em cães auxilia a entender mutações que acontecem também em seres humanos
Crédito: joshDubya

Donos de cães que sofrem de transtorno obsessivo-compulsivo sabem bem como é desgastante o tratamento do bichinho. Muitos mordem seu próprio corpo, correm atrás do rabo incessantemente, se contorcem e se tornam, muitas vezes, agressivos. Mas uma recente descoberta promete ajudar a identificar as melhores formas de identificar os cães que podem desenvolver a doença futuramente. Segundo artigo publicado no periódico Molecular Psychiatry, cientistas norte-americanos conseguiram associar um gene ao comportamento compulsivo em cães.

A pesquisa revelou que o problema manifesta-se em raças específicas, como o Doberman e Pinscher, por exemplo. Para chegar a tais conclusões, os estudiosos mapearam e compararam o código genético de 94 cães dessas raças e que apresentavam o transtorno, com o de outros 73 cães sem o problema.

Constatou-se que em um local do cromossomo canino 7, que contém o gene CDH2 (Caderina 2), houve variação no código genético dos cães de comportamento compulsivo. A Caderina é uma proteína, que está associada no alinhamento, adesão e sinalização de células. Ela também foi recentemente associada ao autismo.

Nos cães doentes, o problema começa a se manifestar de 1 a 4 anos, mas nos exemplares estudados, foram encontrados animais que chupavam seus cobertores (um sinal da doença) a partir dos cinco meses de vida. Também foi observado que os machos sofrem mais do problema que as fêmeas, em uma proporção de 3 para 1. Curiosamente em gatos, a proporção é inversa.

Além do fator genético, cães que foram maltratados em abrigos, resgatados, ou que ficam confinados, entediados ou ansiosos também parecem ter maior predisposição ao comportamento compulsivo. Nesses casos, o tratamento feito por um veterinário, utilizando antidepressivos, elimina o problema.

No momento, os cientistas querem também encontrar o gene CDH2 em humanos e descobrir se ele é o responsável pelo mesmo problema. Atualmente, cerca de 2,5% a 8% da população mundial sofre de transtorno obsessivo-compulsivo. O problema leva a comportamentos repetitivos como lavar as mãos excessivamente, checar se portas e janelas estão fechadas, apagar as luzes, arrancar os cabelos, mutilações, entre outros.

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