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Devido ao grande número de registros de gatos e cães que sofreram convulsões ou morreram após seus donos aplicarem produtos para eliminar pulgas e carrapatos, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos está exigindo que os rótulos dessas embalagens sejam reformulados.
De acordo com reportagem do The Wall Street Journal, a EPA quer que os fabricantes de antipulgas e carrapaticidas destaquem nas instruções de uso, que o produto não deve ser aplicado em excesso (deve-se respeitar o intervalo entre as aplicações), e que elas devem seguir a quantidade que está estampada no rótulo. Vale lembrar que as doses para cães e gatos são diferentes, e elas também variam de acordo com o peso e tamanho do animal, idade e até a saúde do pet (se ele estiver doente, ou passando por algum tipo de tratamento).
Todos os anos esses produtos são adquiridos para eliminar os insetos que podem transmitir doenças para os animais e também para os humanos. Agora, fabricantes como Bayer AG, Merck & Co. e Pfizer, terão que se adequar às normas exigidas pela EPA. Notícias sobre convulsões e mortes surgem ao mesmo tempo em que a Agência apresenta aumento do número de bichos de estimação que tiveram reações após a aplicação do produto. A EPA informou que em 2008, recebeu 44 mil notificações de reações adversas de carrapaticidas e antipulgas, o que representa um crescimento de 53% em relação ao ano anterior.
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Há mais de um ano a Agência de Proteção Ambiental vem investigando o caso. Os fabricantes se defendem afirmando que as pessoas que aplicam o produto não estão seguindo as instruções corretamente. Já o assistente da diretoria do Escritório de Prevenção, Pesticidas e Substâncias Tóxicas da EPA, Steve Owens, disse em uma entrevista coletiva, que a culpa é do rótulo, e não do consumidor. “Eu não sei como é possível culpar a vítima quando a embalagem não está clara”.
Owen também informou que em muitos casos as pessoas não sabem que é preciso dosar a quantidade do produto de acordo com o peso do animal. É por isso que a EPA está exigindo dosagens mais precisas nos rótulos. Caso os fabricantes não façam as alterações necessárias, eles serão forçados a fazê-lo, afirmou o representante da EPA.
A Merial Ltd., uma associação entre as empresas Merck e Sanofi-Aventis S.A., declarou que o número de eventos adversos relacionados aos seus produtos mais populares, no caso o Frontline, permaneceu “consistentemente baixo desde o lançamento do produto, em 1996”. O fabricante também relatou que irá trabalhar junto aos proprietários de animais de estimação, para garantir que eles apliquem o produto corretamente.