Você já ouviu falar que os animais de estimação geralmente se parecem com o dono? Há quem aposte, por exemplo, que pessoas com estilo de vida menos agitado tendem a ter animais mais tranquilos e vice-versa. Por outro lado, há quem defenda que seu pet tem personalidade própria, que pode ou não bater com a do dono. Esse é o caso do professor Fabrício Bittencourt, dono de Tuba e Sara, um casal de Rottweilers, e de Aquiles, um Mastife Inglês. “Até acredito que o animal absorva alguma coisa do dono, mas acho que a personalidade do cão é uma coisa muito particular”, defende.
Já a auxiliar administrativa Tatiane Tarifa, dona de Uli, uma espoleta gatinha SRD, acredita que dono e pet compartilham sim de personalidades parecidas. Ambas, por exemplo, são “antissociais” e “introspectivas”, como a própria justifica. “Assim como a Uli, sou de agradar quando quero ou simplesmente ignorar as pessoas que não me interessam. Também sou muito segura, confiante e antissocial, às vezes.”
Para colocar mais intriga nessa discussão, uma pesquisa realizada pela Universidade do Texas resolveu investigar o temperamento de cães, gatos e de seus donos. A conclusão é que donos de cães são mais sociáveis, extrovertidos e gostam de sair de casa. Por outro lado, quem prefere os bichanos tende a ser mais neurótico e antissocial, mas também é mais criativo, mente aberta e não gosta de rotina.
Nesse sentido, Fabrício até concorda com a pesquisa, mas ressalta que sempre haverá exceções. “Infelizmente, existe muito brigão que cria cães com outros objetivos e que não são nada extrovertidos”, defende. “Mas concordo que pessoas que criam cães por amor realmente são mais felizes e amorosas.”
Pet gordinho, dono…
Já quando o assunto são as semelhanças físicas o debate só aumenta. Será que há alguma relação de tipo físico e saúde entre animais e seus donos? Para não ficar apenas no “achismo”, a comunidade científica resolveu averiguar os fatos e chegou a alguns resultados, no mínimo, curiosos e controversos.
Um estudo holandês publicado no conceituado jornal Public Health Nutrition, por exemplo, revelou que pessoas acima do peso tendem a ter cães mais gordinhos, mas que o fato já não se aplica aos gatos. A explicação para o caso? Provavelmente, como os cães acompanham os costumes de seu dono, se eles passeiam todos os dias, tendem a estar em forma, enquanto o inverso também vale. Quando o dono é sedentário, o animal também o acompanha e engorda. Já os gatos, como ficam em casa independentemente das atividades do dono, não sofrem tanta influência em seu organismo.
Além de mais autocontrole na alimentação, os gatos também têm donos mais estudados. Pelo menos foi essa a constatação de uma controversa pesquisa realizada pela Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha. O estudo mostrou que 47,2% das casas com gatos têm alguém com nível universitário, contra 38,4% das residências que têm cães. A pesquisa foi mais além, revelando que há maior probabilidade dos donos de cães serem do sexo masculino, morarem na área rural e terem menos de 55 anos. Em compensação, é mais provável que o dono de um gato seja mulher e viva em residências menores, de uma ou duas pessoas.
Diante de tanta discussão para identificar as características dos pets e perfil de seus donos, verdade seja dita: gordinhos, em forma, inteligentes, extrovertidos ou antissociais, eles continuarão sendo nossos queridinhos. Nessas horas, sempre vai valer aquele velho ditado de gente coruja: “tal pai, tal filho”. Ou seria tal dono, tal bicho?