Crédito: CC Madaise
O porquinho recém-adotado pela atriz Reese Witherspoon está à salvo. Ao contrário do que muitos imaginam, o pequeno leitão não é capaz de transmitir gripe suína. Apesar de países como o Egito tomarem medidas extremas como exterminar todos os seus rebanhos para evitar o surto da doença, o Prof. Dr. Paulo Eduardo Brandão, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, tratou de tranquilizar os amantes de espécies como o Porco do Vietnã.
Para o especialista, o risco de contágio da gripe por meio de suínos no Brasil, seja de produção ou domésticos, é muito baixo. “Trata-se de um vírus que se dissipa de ser humano, para ser humano, onde o porco, no máximo, fez a transmissão inicial. Não há população animal envolvida na propagação. Tanto que a Influenza é um vírus muito comum entre bichos e não é letal para eles. O que acontece é que a mutação dela, o H1N1, que é uma mistura de gripe aviária, humana e a suína, pode vir a contagiar humanos”.
Brandão esclarece ainda que mesmo as aves migratórias, responsáveis por transportar vírus de diversas doenças pelo mundo, não são hospedeiras do H1N1 e nem têm o poder de disseminá-la aos humanos. “Podemos dizer que os animais domésticos, até o momento, não oferecem risco a nós”.
Vale lembrar, no entanto, que o contato muito próximo com animais, qualquer que sejam eles, podem trazer sérios problemas. O porco, famoso por seu estereótipo de “sujo”, ao contrário, é um dos pets mais limpos que existem. Isso porque ele geralmente não é mantido dentro de casa, facilitando o contágio de doenças, o que é frequente entre cães e gatos. O professor explica, que dividir roupas de cama, talheres e refeições com os bichos pode levar a rotaviroses, problemas respiratórios, leptospirose, leishmaniose, entre outros.
“Qualquer animal pode causar doenças infecciosas sérias. É importante que as pessoas tenham consciência disso. Os animais precisam ser mantidos em uma situação sanitária favorável, ser devidamente vacinados, além de levados periodicamente ao veterinário. Só assim, as chances de doenças serão reduzidas”.