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Cegueira: como lidar com a perda de visão dos pets

Seu cãozinho sempre foi agitado e cheio de vida, mas de uns tempos para cá parece inseguro e até mesmo mais lento. Muitas vezes, reluta para subir ou descer escadas e mal consegue pegar a bolinha na hora do lazer. O que será que está acontecendo com ele? Segundo a veterinária Christianni Padovanni de Biaggi, responsável pelo Setor de Oftalmologia do Hospital Veterinário da Universidade Anhembi Morumbi, esses são sinais clássicos de um quadro de cegueira, que pode ser repentina ou gradativa.

A médica explica que quando a doença ocorre aos poucos, normalmente, o animal consegue se adaptar mais facilmente, mas mesmo que ela seja repentina, não há motivo para o pânico, isso porque os cães e gatos têm alto poder de adaptação. “Dentro de seu ambiente, muitas vezes, os animais conseguem desviar de objetos uma vez que têm a capacidade de “decorar” a disposição dos móveis”, justifica a especialista.

As causas para o quadro de cegueira são diversos, podendo ser, inclusive, reversíveis, como explica Fernando de Barros Maia, responsável pelo Serviço de Oftalmologia do Hospital Veterinário PetCare. “O glaucoma, catarata, uveíte (inflamação intra-ocular), lesões de córnea, doenças da retina, olho seco, traumas e doenças sistêmicas como diabetes, hipertensão arterial e até mesmo doenças transmitidas por carrapatos podem trazer essa consequência. Algumas formas têm prevenção ou cura, outras não”.

Prevenção

Segundo os especialistas, existem algumas atitudes que podem ajudar a evitar o problema de visão nos bichinhos. Segundo a dra. Christianni, “o bom manejo alimentar e vacinal dos pets, contribui para a prevenção de algumas afecções oculares de origem inflamatória (associadas à doença do carrapato ou algumas doenças infecciosas como a Cinomose)”.

A médica explica, no entanto, que muitas alterações oculares são de origem hereditária ou associadas à velhice e nada pode ser feito. “A identificação precoce do problema é muito importante pois aumenta as chances de preservação da visão a médio ou longo prazo”.

Nesse sentido, o dr. Fernando salienta a importância do dono observar os sintomas da doença, que além de comportamentais, também costumam ser físicos. “O dono do animal deve ficar atento aos sinais como lacrimejamento excessivo, secreção ocular, olho vermelho, coceira, olho fechado/ piscando exageradamente, mudanças no aspecto dos olhos, desorientação/ insegurança e mudanças de comportamento”.

Adaptação

Constatado o quadro de cegueira irreversível existem alguns cuidados que o dono deve seguir para o bem-estar do bichinho. O dr. Fernando lembra que é totalmente possível que o animal tenha uma vida próxima da normalidade, contanto que “ seja mantida a disposição dos móveis da casa, bem como ração e água, sempre no mesmo lugar. Dessa forma o animal não encontra dificuldades na adaptação à cegueira”.

Já a dra. Christianni ressalta a importância de piscinas, escadas e lajes serem monitoradas para evitar que o pet sofra algum tipo de acidente, além da necessidade do acompanhamento veterinário esporádico. “Algumas afecções, como as cataratas, podem ser solucionadas cirurgicamente, porém, outras como o glaucoma ou descolamentos de retina, devem ser acompanhados frequentemente”.

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