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Você acolhe um bichinho de estimação; um cãozinho, gatinho, coelhinho e até um ratinho. Eles são criados com muito amor e carinho, tem todo o conforto do mundo. Você é louco por ele e não consegue nem pensar em ficar sem sua companhia.
Agora, imagine seu animalzinho confinado, isolado, obrigado a ingerir produtos tóxicos até uma convulsão e morte.
É isso – e muito, muito mais – que acontece com milhões de animais nos laboratórios do mundo inteiro. Tudo em nome da ciência (ciência?)
Os testes em animais, além de serem extremamente cruéis, são dispensáveis para a fabricação segura de medicamentos, produtos de higiene, cosméticos e alimentos etc. Além de existirem métodos alternativos, os tais testes ainda põem em risco a saúde dos seres humanos.
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Homem não é igual a rato, gato, coelho, cão ou até mesmo macaco
Todas as espécies têm significativas diferenças entre si; anatômicas, fisiológicas, metabólicas. Portanto, experimentos em espécies diferentes da humana não são parâmetros para avaliar ou constatar o que quer que seja.
Exemplos disso não faltam. A vacina contra a Poliomielite foi testada primeiramente em macacos e, quando foi posta no mercado, causou a paralisia em 16 crianças e matou 6. Somente quando o vírus foi cultivado em células humanas é que se obteve o resultado esperado, ou seja, uma vacina que efetivamente prevenia a enfermidade. O próprio Albert Sabin, responsável pelo desenvolvimento da vacina, admitiu o erro e afirmou que os testes em animais atrasaram em 10 anos sua descoberta.
É sabido que substâncias como a morfina, sedativo para os humanos, causa excitação em gatos; a aspirina é fatal para os felinos e provoca defeitos congênitos em cães.
E por aí vai. São inúmeras substâncias cuja resposta é completamente diferente entre os animais usados como cobaias e o homem.
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Os testes mais comuns
Embora os experimentos tenham o nome genérico de vivissecção, que significa cortar um animal vivo, ela denomina toda intervenção que vise à observação de um determinado fenômeno.
O teste de Irritação Ocular é comumente aplicado em coelhos, e consiste em imobilizar os animais pelo pescoço e aplicar uma substância em seus olhos – que devem permanecer abertos – e deixar que ela haja por 18 dias. Não há aplicação de anestesia. Os efeitos na córnea incluem úlceras, hemorragia e cegueira.
Na verificação da Sensibilidade Cutânea, o animal é depilado e raspado na área onde se coloca a substância que se pretende analisar. É comum observar-se edemas e úlceras.
O DL50 é a ingestão forçada de substâncias através de sonda gástrica, mas pode também ser feita por via subcutânea, intravenosa, retal ou vaginal. O teste só é considerado válido quando 50 por cento dos indivíduos morrem. Verificam-se convulsões, hemorragia, lesões pulmonares e hepáticas. Cães e gatos estão entre os animais usados.
É importante dizer que ¾ de todos os experimentos são feitos sem anestesia. Cachorros, em geral, da raça beagle, são as cobaias preferidas e, para impedir ganidos e gemidos, suas cordas vocais são retiradas.
Vale lembrar também que, entre os produtos testados, estão o álcool e o tabaco, apesar de já estar mais do que provado que eles são nocivos à saúde humana.
Algumas alternativas
Há muitos métodos que prescindem de cobaias, como a utilização de células humanas mantidas in vitro. Além de ser mais rápido e de custo mais baixo, tem uma precisão não encontrada nos testes com outras espécies.
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Interesses econômicos
O uso de animais beneficia toda a cadeia envolvida no processo: fornecedores de ração, gaiolas e guilhotinas – sim, guilhotinas, pois chega um momento em que a vida desses seres indefesos não tem mais utilidade – criadores de cobaias, e os próprios pesquisadores.
Faça sua parte
É impossível, para quem tem e gosta de bichos, fechar os olhos para essa realidade. Não se pode ficar indiferente aos gritos surdos dos cães, e à tortura em geral de gatos, ratos, coelhos, macacos etc.
E você pode fazer a diferença se evitar não consumir produtos testados em animais.
No site da PEA (Projeto Esperança Animal), você pode conferir uma lista com os produtos que não fazem uso de cobaias. E, se a marca de sua preferência ainda se utiliza da vivissecção, escreva um e-mail e diga que não aprova essa prática.
Lembre-se: poderia ser o seu bichinho de estimação.
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