Crédito: Renan Carvalhais
Apesar de incomum no Brasil, todos já viram, nem que seja pela televisão, um deficiente visual sendo conduzido por um cão guia. O que muitos não conhecem é o lado “bicho de estimação” que estes animaizinhos assumem quando não estão a trabalho. Existe até um dia no nosso calendário dedicado especialmente para eles: 27 de abril, Dia do Cão Guia.
Companhia em shows, passeios e livrarias são algumas das atividades da labradora Hanna, de quatro anos, que, além de ser guia do músico Alexandre Reis, também se mostra uma grande amiga no dia a dia.
Alexandre explica que, até em casa, Hanna sempre está deitada aos seus pés e, quando o conduz pelas ruas, mostra-se bastante atenta e cuidadosa com o dono. “Mesmo com todo o treinamento que o cão guia recebe, há momentos em que surge uma situação nova e, tanto ela quanto eu, temos que improvisar uma solução para contornarmos o problema.”, afirma Alexandre, que também é escritor, colunista de jornais e presta assessoria de marketing para empresas.
Crédito: Renan Carvalhais
Treinamento longo e muita responsabilidade
O músico explica que o cego, antes de receber o cão, passa por um processo de avaliação de perfil e, segundo ele, não poderia haver outra cachorrinha mais adequada ao seu ritmo de vida. “A Hanna é hiperativa, mas controlada. Ela está sempre disposta a trabalhar.”
Alexandre conta que, antes do cão chegar às mãos do deficiente visual, ele passa por um período de oito meses a um ano na casa de alguma família para se adaptar ao convívio com pessoas. “Os donos de Hanna durante a socialização eram pessoas extrovertidas e animadas, característica que a cadela acabou absorvendo”, explica ele.
A dedicação é tanta que Hanna aguarda aos comandos de Alexandre até na hora de se alimentar ou fazer suas necessidades. As refeições, por exemplo, são feitas às 8h30 da manhã e da noite e o xixi e o cocô somente quando Alexandre dá o comando. “Ela foi treinada para aguentar por várias horas até que eu possa atender às possibilidades de levá-la ao ‘banheiro’”, conta Alexandre.
Crédito: Renan Carvalhais
Cães guias no Brasil
Segundo o CBO – Conselho Brasileiro de Oftalmologia, são 5.400.000 deficientes visuais no país, entre cegos e de baixa visão (2009). Atualmente, cerca de 2.000 pessoas aguardam na fila para obterem um cão guia, privilégio que somente 70 pessoas têm hoje.
Nós podemos ajudar a reverter este quadro, com doações e patrocínio para o treinamento de cães. Conheça mais sobre esta iniciativa no site do Projeto Cão Guia Brasil: www.caoguiabrasil.org.