Crédito: CC Jo Schmaltz
A história do Bacalhau é marcada por grandes períodos de caça e exploração. Durante a expansão viking, bem como nas navegações portuguesas e também na colonização dos EUA, o animal foi pescado de forma intensa e indiscriminada. O resultado não poderia ser diferente; nas últimas décadas, sua população entrou em colapso em vários lugares.
A novidade, no entanto, é um esforço feito pela própria espécie para não desaparecer do planeta. De acordo com um novo estudo islandês, para evitar que a espécie seja extinta, o peixe tem sofrido seleção natural “inversa”, ou seja, ele tem passado por uma estranha alteração genética, na qual apenas os animais menores sobrevivem. Isso porque foi comprovado que exemplares maiores e mais robustos têm menos chances de sobrevivência.
Em artigo publicado na revista científica “PLoS One”, os autores Einar Árnason e Ubaldo Hernandez, da Universidade da Islândia, e Kristján Kristinsson, do Instituto de Pesquisas Marinhas da Islândia, alertam que apesar de já ser conhecido que a pesca intensiva é capaz de produzir uma nova versão da seleção natural, o processo pode demorar décadas para se completar.
Os autores alertam ainda para um outro problema. Foi constatado que a população de Bacalhau que vive em águas rasas tem sofrido mais com a pesca predatória. Isso porque é mais fácil capturar peixes em águas rasas do que em águas profundas. De acordo com o estudo, isso justifica o por quê as áreas rasas do Atlântico perto da Islândia correspondem à grande maioria da cota de 160 mil toneladas de bacalhau capturadas em 2007.