É uma importante zoonose causada por um protozoário, a Giárdia, que causa problemas intestinais em animais e seres humanos.
O cão ingere a Giárdia em forma de cisto, que uma vez no intestino se rompe e libera a forma ativa chamada trofozoíto. Nesta forma possuem flagelos, uma espécie de cauda com mobilidade que ajuda na locomoção até se fixarem na parede intestinal e começarem a se reproduzir e voltam à forma de cisto, onde então são liberadas com as fezes.
Os cistos de Giárdia sobrevivem no ambiente e, desta forma, são fonte de contaminação e principalmente reinfestação para os animais. As fontes de infecção mais comuns são água e fezes contaminadas. A transmissão fecal-oral de Giárdia é comum tanto em animais como em humanos; os animais em confinamento podem estar expostos a grandes quantidades de cistos infectantes no material fecal, o qual aumenta as possibilidades de transmissão da enfermidade.
Quais os sintomas?
Uma grande parcela dos animais infectados podem não apresentar os sintomas, sendo que os animais jovens e com baixa imunidade mais frequentemente os desenvolvem. O sintoma mais comum é a diarreia, podendo ser aguda, intermitente ou crônica. O aspecto das fezes é pálido e gorduroso, com cheiro ruim. Vômito, desidratação e dor abdominal também podem ocorrer. O animal tende a perder ou não ganhar peso devido à má absorção dos nutrientes no intestino, causados pelo parasita.
Como diagnosticar a Giardíase?
Para o diagnóstico existem dois métodos:
- o método de flotação com sulfato de zinco, onde três amostras seriadas de fezes são mandadas ao laboratório e analisadas;
- e o ELISA, um exame sorológico que é rápido e pode ser feito no consultório veterinário.
O resultado sempre deve ser interpretado junto com a anamnese e sintomatologia do animal. Resultados negativos também podem ocorrer em alguns animais infectados, sendo necessária a repetição do teste.
Tratamento
Normalmente são utilizados medicamentos como Metronidazol, Sulfadimetoxina, Febendazol ou Albendazol. Caso não ocorra resolução dos sintomas o tratamento deve ser restabelecido. Existe a grande probabilidade do animal persistir a eliminar os cistos nas fezes, mesmo após tratamento.
Prevenção
O controle da doença está diretamente relacionado às boas práticas de higiene ambiental. As fezes do animal devem ser imediatamente removidas e os locais onde o animal tem acesso devem ser limpos com compostos de amônio quaternário, água sanitária, vapor ou água fervente. Além disso, assegurar que a água e o alimento do seu animal não se contaminem com as fezes.
Existe uma vacina contra a giardíase que estimula o animal a resistir ao parasita, sendo uma solução efetiva no longo prazo para o controle desta enfermidade parasitária, já que a imunidade natural contra Giárdia é de curta duração. Mesmo que os tratamentos se mostrem eficazes, a reinfecção em animais é muito frequente devido à dificuldade de se eliminar os cistos infectantes do ambiente. Um animal vacinado, além de protegido contra giardíase, não representará mais uma fonte de infecção a outros animais.