Como ativista e protetor desde que nasci, e há mais de 14 anos desempenhando um trabalho integral e intenso de resgate de milhares de animais vítimas de atropelamento ou em sofrimento (de forma solitária ou em poucas pessoas), desta vez, fiquei profundamente emocionado ao ver que a sociedade despertou para o sentimento mais nobre: a sensibilidade com o sofrimento dos animais que não podem se defender, não têm voz, nem têm a quem recorrer.
O que aconteceu na madrugada do dia 18 de outubro, me encheu de esperança pelo fato das pessoas deixarem tudo de lado e, irmanadas em um senso de justiça, se colocarem à frente da Instituto Royal de uma forma sine qua non, ou seja, vamos salvá-los ou vamos salvá-los! Pessoas de todas as idades, desde famílias com crianças a idosos. Raças, credo e profissões totalmente distintas. Representantes de todo segmento da sociedade. Eu, como Deputado, representando a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Vereadores de São Roque e de municípios da região, membros da OAB, donas de casa, estudantes, advogados, engenheiros, etc. Naquele momento, todos juntos com um único objetivo: dar um basta ao sofrimento dos animais. A legitimidade desse movimento é inquestionável e não poderá ser sufocada por nenhum outro interesse de ordem profissional, política e econômica. Foi emocionante e um momento de muita comoção, o resgate daqueles animaizinhos indefesos que estavam esperando a sua vez para sofrer e morrer.
O acontecimento daquela madrugada, na minha opinião, se constitui em um marco importantíssimo. A grande repercussão e apoio que está vindo de toda a sociedade por meio das redes sociais mostram e comprovam: nenhuma ação de ordem empresarial, financeira, política ou judiciária vai conseguir parar a sociedade, que não suporta mais desmandos, arbitrariedade e impunidade. A ação desta madrugada mostrou que todos querem uma mudança de paradigma.
Está tramitando na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo um projeto apresentado por mim que proíbe os testes com animais na fabricação de produtos cosméticos (PL 777/2013). Esse projeto foi escrito pela primeira Comissão Antivivisseccionista permanente do Brasil, que criamos na ALESP. Outro projeto que tramita na ALESP é o PL 706/2012, que restringe o experimento com animais em escolas e universidades. Precisarei do apoio de todos para que os Deputados compreendam a urgência de se aprovar estes projetos.”
Eu estive lá, no dia 18, na frente do Instituto Royal. Conversando com nossos irmãos protetores e ativistas, disse a eles que estava vivenciando a mesma coisa de antes da Lei Feliciano. Enquanto eu estava lutando e até invadindo alguns Centros de Controle de Zoonoses para salvar animais da morte, outros estavam matando em câmaras de gás, com choques elétricos, a pauladas e até afogado em caixas d’água. Não aguentava mais ir de uma cidade para outra. Foi quando entendi que teria que trocar a espada pela caneta, entrei para a política, consegui como vereador proibir a matança na cidade de Campinas (SP). Depois, como Deputado, aprovei a Lei Feliciano que proíbe à matança indiscriminada de cães e gatos nos canis municipais. Esta Lei já está indo para seu décimo quarto estado, conseguindo salvar a vida de milhares e milhares de animais.
No mesmo instante que estávamos nesta ação em São Roque em muitos outros lugares, em muitas universidades, os experimentos continuam, por isso, precisamos aprovar os projetos de Leis ns. 706/2012 e 777/2013 no Estado de São Paulo e depois avançar para os demais estados. Eu quero parabenizar a todas as pessoas que estavam nesta mobilização pois foi contagiante a emoção de ver aqueles cachorrinhos saindo lá de dentro, abanando o rabinho, como se entendessem o que estava acontecendo. Todos foram resgatados. Não existem palavras para expressar o sentimento coletivo no coração de todos os presentes: a satisfação pelo dever cumprido e a emoção de ver o olhar daqueles animais resgatados.