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O bê a bá da inseminação artificial entre os pets

31_o_be_a_ba_da_inseminacaoA gestação das fêmeas e a quantidade de filhotes permanecem os mesmos com a inseminação artificial
Crédito: Grace

Ao contrário do que muitos possam imaginar, a inseminação artificial é um método bem antigo, datada do século 17, quando os árabes a utilizavam com o objetivo de selecionar o sêmen de seus melhores garanhões e inseminar em fêmeas saudáveis de suas tropas. Com o passar dos séculos, o método ganhou nova roupagem e se tornou uma das melhores alternativas para diversos problemas de reprodução, seja entre seres humanos ou animais.

Aplicado pela primeira vez em cães em 1779 pelo monge italiano Lazzaro Spallanzani, de acordo com a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), a versão mais moderna do procedimento em animais surgiu e se popularizou a partir da década de 50, quando se descobriu que o sêmen se conservava melhor em temperaturas mais baixas. Camila Vannucchi, Profa. Dra. especialista em reprodução animal da Universidade de São Paulo, explica que a fertilização usando sêmen congelado é aplicado em situações nas quais o sêmen não é de tão boa qualidade, mas ainda sim é vantajosa. “O material é mantido sob baixas temperaturas em botijões de nitrogênio líquido, e se bem manipulado, pode ser guardado, transportado e utilizado sem data de validade”.

Ela explica também que existem duas formas do sêmen ser depositado na fêmea: a intravaginal, quando ele é colocado na vagina, ou o intrauterino, quando o material é depositado direto no útero. Independentemente do local, Camila explica que a eficácia é a mesma e que a quantidade de filhotes não varia muito. No caso do sêmen fresco, no entanto, deve ser utilizado imediatamente e tem a vantagem de ser mais potente que o congelado, aumentando assim as chances da reprodução acontecer.

Quando e em quais espécies

De acordo com a professora, a inseminação artificial é indicada principalmente em casos nos quais o macho não consegue acasalar naturalmente com a fêmea, seja devido ao tamanho ou mesmo pelo comportamento dos animais (quando a fêmea por algum motivo não permite a monta do macho). Ela destaca ainda que o método é seguro, totalmente legal e não oferece riscos, já que uma minuciosa avaliação clínica é feita. “Antes mesmo da inseminação propriamente dita acontecer, o veterinário responsável faz uma avaliação clínica nos animais com o objetivo de detectar qualquer problema genético, hereditário ou de saúde. Nas fêmeas é feita uma avaliação ginecológica, enquanto nos machos é feito um teste que visa descobrir a qualidade do esperma.”

A gestação das fêmeas e a quantidade de filhotes permanecem os mesmos com a inseminação artificial

A médica explica também que a inseminação artificial é uma alternativa buscada geralmente por criadores de cães, e que custa em média de 150 a 500 reais. “Depende muito do tipo de profissional e clínica que o cliente procura”, esclarece. Ela afirma ainda que é possível aplicar o procedimento em qualquer outra espécie animal. Vale lembrar que nesses casos é exigido um maior nível de especialização por parte do veterinário, principalmente quando o processo é feito em animais silvestres como peixes, aves e répteis. “Em gatos, o método também é possível, mas é mais complexo, pois a colheita de sêmen exige o treinamento do macho ou mesmo a anestesia geral.”

Para finalizar, a especialista esclarece que a gestação das fêmeas inseminadas artificialmente tem a mesma duração de uma gestação obtida mediante a monta natural, e a quantidade de filhotes também não sofre influências, permanecendo dentro dos padrões de cada espécie.

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