Crédito: Gúnna
Reduzir a ansiedade, melhorar as habilidades motoras, a linguagem, ou até mesmo atuar em fins terapêuticos. São vários os benefícios que um pet pode proporcionar às crianças. Porém, mesmo diante de tantas vantagens, muitos pais ainda têm resistência em levar um bichinho de estimação para casa.
Segundo pesquisa realizada pelo Radar Pet 2009, divulgada pela Comissão de Animais de Companhia (Comac), do Sindicato Nacional das Indústrias de Saúde Animal (Sindan), apenas 33% dos casais com filhos até nove anos têm um bichinho de estimação. O estudo foi realizado com representantes das classes econômicas A, B e C.
Sujeira, pelos espalhados pelo chão e doenças, são alguns itens apontados pela maioria que se recusa a manter um animalzinho dentro de casa. De acordo com Luiz Lucca, veterinário e presidente da Comac, é preciso desmitificar essa crença de associar pet à problemas de saúde. “É preciso investir na desmistificação desse conceito, uma vez que é possível e saudável a convivência entre crianças e animais de estimação. Inúmeras pesquisas indicam claramente o impacto positivo do animal no dia a dia e também na saúde e no comportamento das crianças”, afirma.
A pesquisa também notou que o nascimento de uma criança adia a presença de um cãozinho ou gatinho em casa. A justificativa é a mesma: saúde da criança, sujeira e afins. Os benefícios quase nunca são citados.
Mais benefícios
Ceres Berger Faraco, veterinária, Doutora em Psicologia e presidente da Associação Médico Veterinária Brasileira de Bem-Estar Animal (AMVEBBEA), acredita que a convivência com um bichinho acaba auxiliando em outros fatores que não a saúde. Transtornos de ansiedade, de humor, alimentares, hiperatividade e déficit de atenção são apenas alguns deles. Um animal ainda pode auxiliar em situações mais delicadas, como conduta opositiva/desafiante, casos de abuso sexual, emocional e físico.
Ainda não ficou convencido? Pesquisas realizadas nos Estados Unidos revelaram que crianças em idade pré-escolar, que conviveram com animais e aprenderam a cuidar de um bichinho, desenvolveram maior habilidade social, aumento da auto-estima, mostraram-se mais compreensivas em relação aos sentimentos dos colegas, além de cooperarem mais em atividades, contribuindo para sua sociabilização. Segundo os pesquisadores, esses benefícios se devem ao fato dessas crianças se colocarem na posição do outro, avaliando os sentimentos dos animais como se estivessem no lugar dos bichinhos.
Ceres ainda destaca que muitos profissionais desconhecem os benefícios dessa interação. “Ainda somos carentes de programas com objetivos terapêuticos que tenham o rigor científico para poder mensurar os resultados”, acrescenta.