Crédito: Divulgação Fashion Pet Week
Eles já movimentam espantosos 2,4 bilhões de libras por ano na Grã-Bretanha, e os gastos feitos por seus donos aumentaram cerca de 40% comparados há uma década. Não é à toa que as grandes empresas e grifes famosas têm investido pesado nos queridos animais de estimação. De acordo com o jornal “Daily Telegraph”, com tantos investimentos no mercado pet, outro fenômeno começou a ser observado na terra da rainha Elizabeth. Os proprietários têm ficado cada vez mais exigentes quanto aos produtos para os seus totós. Isso porque segundo uma pesquisa realizada pela Associação Americana de Produtos para Pets, 70% dos britânicos consideram seus pets como membros da família.
Constatado que britânicos têm tratado seus animais como seres humanos, fica fácil entender o porquê do sucesso de serviços como hotéis para cães, cirurgias, produtos cosméticos, perfumes, joias, entre outros. Em entrevista ao “Daily Mail”, Michael Schaffer, autor do livro “One Nation Under Dog”, ou em tradução livre, “Uma nação
abaixo dos cães”, explicou que a tendência é o resultado de uma sociedade fragmentada devido aos milhares de divórcios, muitas horas de trabalho e o enfraquecimento do senso de comunidade. “A medida que vamos perdendo as relações com a sociedade, nós estamos usando os pets para completar os espaços em branco”.
O fenômeno chamado de “bebês com pelo” movimenta uma verdadeira indústria que envolve moda, luxo e entretenimento. Prova disso será o próximo Pet à Porter, evento anual que acontece no próximo dia 26 de novembro. Entre canapés e champanhe, os donos mais requintados de totós acompanharão um desfile de 24 peças caninas que serão tendência na próxima estação. Nesta edição, oito cães irão desfilar, entre eles, um Chihuahua, um Kerry Blue Terrier e um Afghan Hound, considerado a Cindy Crawford das passarelas caninas. O lulu usará peças confeccionadas pela grife Vivienne Westwood, além de joias e jaquetas ornamentadas com diamantes e pedrarias.
A versão norte-americana do evento, o Nova York Pet Fashion Week, também não deixa nada a desejar. Criada em 2006, a semana apresenta aos apreciadores de moda, biquínis para pets, coleiras cravejadas, botas e até mesmo jaquetas de couro. Um dos diferenciais do evento é a presença de modelos humanos que guiam os cãezinhos.
Crédito: Divulgação La Petite Maison
Para quem imagina que os mimos para os pets ficam apenas nas vestimentas e acessórios, os serviços da designer de interiores Michelle Polak prova justamente o contrário. Especialista em construir mini mansões para cães e gatos, Michele e seu sócio Alan Mowrer são donos da marca La Petite Maison e chegam a cobrar até 35 mil dólares para construir e decorar um pequeno lar para os totós mais requintados.
Mas todos esses mimos não substituem a presença dos donos e o carinho deles. De acordo com o “Mail Daily”, 59% dos cães americanos e 73% dos gatos passam a semana sozinhos em casa. Não é à toa que os animais são recordistas de problemas como depressão, ansiedade, latidos excessivos, além de defecarem fora do local apropriado e praticarem auto-mutilação. Justamente para atender esse novo quadro, a medicina veterinária também tem se especializado na produção de remédios para atender aos doentes de quatro patas. Além do Prozac canino, para combater a depressão, existe ainda um remédio para tratar o transtorno obsessivo compulsivo, o TOC, e até mesmo o Alzheimer.