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Cães do CCZ recebem adestramento inteligente

12_caes_do_ccz_01Titia já recebeu o treinamento e está pronta para a adoção
Crédito: Lilian Rockenbach

Titia, Cotó, Estopa, Neguinha e Amarelo são cãezinhos muito especiais. Eles já passaram por alguns traumas e acabaram sendo abandonados por seus donos, mas hoje, fazem parte de um seleto grupo. Todas as segundas-feiras, pela manhã, os animais têm aulas de boas maneiras com o adestrador Jorge Pereira. O especialista em comportamento animal ficou conhecido pelo quadro “Cão Terrível”, do programa Late Show, e agora, está com um projeto piloto de agregar valor a esses cãezinhos, facilitando o interesse dos futuros donos.

Para tanto, Jorge realiza treinamentos não só com os pets, mas também com os próprios funcionários do Centro de Zoonoses de São Paulo (CCZ). “A ideia é que cada profissional possa ser capacitado a treinar novos animais e assim, aumentar o número de cães aptos para a adoção”. Segundo Pereira, o projeto surgiu depois que ele percebeu a dificuldade do CCZ de doar animais estigmatizados, com alguma deficiência, desvio de comportamento, entre outros, e decidiu colaborar treinando esses animais.

12_caes_do_ccz_02Estopa é o cão mais inteligente do grupo
Crédito: Danúbia Guimarães

Apesar de ter apenas dois meses, o projeto Educação CCZ já tem gerado frutos. Titia, por exemplo, apesar de seus 10 anos e sofrer de sopro no coração, em apenas duas semanas, já aprendeu os principais comandos como “senta”, “junto” e “aqui”. Pereira, inclusive, comemora o interesse manifestado por uma visitante que deseja adotar a cadelinha em breve. “Infelizmente, as pessoas chegam nos centros de adoção à procura de um filhotinho indefeso para adotar, mas não percebem que cães adultos são também excelentes companhias”.

O especialista destaca que a principal vantagem desses animais é o caráter formado, ou seja, os donos não terão surpresas desagradáveis no futuro. “Ao adotar um cão adulto, você sabe que ele é dócil, tranquilo, ou até mesmo mais agitado. Não haverá mudança. Mas já os filhotes serão sempre uma caixinha de surpresas”, explica. Os pets mais crescidos são também excelentes companhias para idosos, ideais para ficarem dentro de casa, porque “no geral, não são muito agitados”, conclui.

Sociabilização

Um dos primeiros passos, assim que o Projeto Educação foi aprovado pela direção do CCZ, foi nomear os animais escolhidos, que antes, eram apenas numerados. “Dar um nome aos cães foi fundamental no processo de adestramento, que também é constituído de incentivo positivo”, explica Pereira. Para treinar os cachorros são utilizados carinhos, petiscos e jamais agressões ou palavras duras. “Trata-se de animais que já passaram por muitos traumas e não podemos reforçá-los na hora do treinamento”.

Animado com os resultados precoces, Pereira acredita que o sucesso do aprendizado de seus alunos está no fato dele aproveitar as características e potenciais de cada cão. “Se um cachorro é mais sociável, foco o treinamento nessa área, se ele for mais quietinho, uso isso a seu favor e treino de outra forma”.

Já pensando em implementar o projeto em outros centros de adoção da cidade e do Estado, Pereira conta que depois de realizar uma pesquisa de qualidade no CZZ, constatou que no canil onde ficam os cães em treinamento não há mais tantas brigas como antigamente. “Agora, os visitantes podem se aproximar das grades e fazer carinho nos cães, sem medo de levar uma mordida”, diverte-se.

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