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Morre o cão-terapeuta Baxter

19_morre_o_cao_01Baxter e o bichinho que o acompanhou até o fim da vida
Crédito: baxieboo.wordpress.com

Mesmo sem conseguir movimentar as patas, e sem grande parte do pelo farto e macio, Baxter ia, acomodado em um carrinho puxado por sua ‘mãe’ Melissa Joseph, visitar pacientes em estado terminal no San Diego Hospice (casa de repouso San Diego), nos Estados Unidos.

O cão, mistura de Chow Chow e Golden Retriever, dedicou quase oito anos de sua vida confortando e trazendo alegria a familiares e pacientes. Deitado junto ao enfermo, Baxter apenas encostava sua cabeça, lambia as lágrimas que escorriam pelo rosto amargurado, ou apenas abraçava pessoas que não conseguiam se expressar com palavras. Segundo Melissa, era assim ele que “aquecia o coração e a alma daqueles que fariam a transição”.

19_morre_o_cao_02Última foto de Baxter e sua mãe Melissa
Crédito: baxieboo.wordpress.com

De acordo com reportagem da “ABC News”, a velhice pôs fim às atividades de Baxter, que faleceu em outubro, aos 19 anos e meio. Cerca de cem pessoas, entre familiares, amigos e funcionários prestaram uma homenagem ao cão, que conquistou milhares de pessoas com seu amor e dedicação. Um vídeo no YouTube, com homenagens ao animal, já teve mais de 376 mil acessos.

Baxter foi adotado pelo casal Melissa e Dennis Bussey, quando tinha quase dois anos. Ela se apaixonou pelo bichinho assim que o viu. Sorte de Baxter, pois em poucos dias, quando completaria dois anos, ele seria levado para a eutanásia.

19_morre_o_cao_03Baxter dá, mas também recebe muito carinho
Crédito: baxieboo.wordpress.com

Já integrado à família, Baxter acompanhava o casal para todos os lados. Inclusive, ao San Diego Hospice, onde Melissa e Dennis começaram a atuar como voluntários. Uma vez, uma das funcionárias conheceu o cãozinho e disse que ele tinha um grande potencial para ser um cão-terapeuta. Após aproximadamente quatros anos, Baxter virou um “profissional” certificado.

Melissa batia de porta em porta da casa de repouso perguntando se o paciente gostaria de conhecer Baxter. Eles entravam e o ambiente se transformava. Ainda segundo a “ABCNews”, uma conselheira espiritual do San Diego Hospice declarou que muitos pacientes que se recusavam a compartilhar histórias com os funcionários do local, começavam a falar tranquilamente quando o cãozinho entrava no quarto. Ela acredita que quando alguns enfermos ficaram sabendo que Baxter também estava muito debilitado, a preocupação foi tanta que, de alguma maneira, esqueceram sua própria dor por alguns instantes.

19_morre_o_cao_04Livro ganhou o prêmio “Melhor Livro Nacional de 2009” na categoria animais/pets
Crédito: www.amazon.com

Mesmo com a artrite que lhe inutilizou as patas, Baxter seguia trabalhando com Melissa, instalado em um confortável carrinho vermelho, e com várias correntinhas penduradas em seu pescoço, com dizeres como “Eu sou um cão terapeuta”, “Meu trabalho é confortar e servir”, além dos mimos que ganhava de pessoas agradecidas por seu serviço. Melissa batia nas portas dos quartos e, após autorização, entrava com o cão-terapeuta mais velho do mundo em atividade nos Estados Unidos, e acomodava o bichinho de cerca de 13 kg, na cama do paciente. Eles então compartilhavam um tranquilo momento que poderia durar horas, apenas com os braços ao redor do pescoço de Baxter, ou acariciando com os dedos retorcidos o pouco pelo macio que lhe restara.

Melissa reuniu fotos tiradas por seu marido, e escreveu várias histórias vividas por ela, Baxter e alguns pacientes, no livro “Moments with Baxter” (Momentos com Baxter). O sucesso da obra é tanto que já ganhou o prêmio “Melhor Livro Nacional de 2009”, na categoria animais/pets. Além disso, um cachorrinho de pelúcia vestido com um colete também está à venda. A verba arrecadada com o livro será encaminhada para abrigos e casa de repouso de animais, e a do bichinho será doada para a SPCA (Society for the Prevention of Cruelty to Animals).

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