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O ABC do latido

23_o_abc_doCães da raça Yorkshire são naturalmente mais “latidores”
Crédito: .Bala / Bala

Quem tem totós da raça Yorkshire ou Chihuahua sabe bem o quanto os latidos dos bichinhos podem ser desconfortáveis e até irritantes, principalmente quando há visitas em casa. Mas como latir é uma característica inata dos animais, privá-los por meio de punições nem sempre é a melhor saída. Jorge Pereira, especialista em comportamento animal, explica que o latido é uma forma das mais primitivas dos cães se comunicarem, quando, por exemplo, alertavam o restante da matilha sobre um invasor.

O adestrador ressalta também que são poucas as raças que não têm o costume de latir muito, e que essas seriam ótimas opções para quem não deseja um amigo de quatro patas muito barulhento. “Quase todos os cães domesticados latem, com exceção de alguns primitivos como o Husky Siberiano e o Malamute do Alasca, além de alguns de caça e companhia”. Pereira orienta, no entanto, que alguns animais se excedem, principalmente quando expostos a visitas ou passeios. Nesses casos, o tempo aceitável para o bicho se acalmar é de 1 ou 2 minutos. “Se o cão não parar nesse período, mesmo depois que você corrigi-lo, isso indica que esse animal está começando a apresentar problemas.”

Mas o mau comportamento puro e simples, nem sempre é o motivo principal para os latidos. Segundo o especialista, o cão pode latir, grunhir e até uivar por estresse ou sofrimento. “No caso do estresse os latidos são muito estridentes e repetitivos chegando a incomodar e em alguns casos chegam a levar o animal a agredir”, explica. Vale lembrar, no entanto, que na maioria dos casos, o animal vai latir por algum comportamento que pode ser combatido com medidas simples. “Um passo importante para evitar o latido em excesso, é sociabilizar o filhote e deixá-lo ter contato com pessoas, outros cães, animais e lugares, pois a maioria dos latidores faz isso por temer o desconhecido”.

Nesses casos, Pereira orienta que é importante a avaliação de um profissional da área de comportamento, pois só ele poderá identificar a raiz do problema. “Muitos aspectos devem ser observados antes de querer simplesmente extinguir o comportamento de uma hora para outra”. O especialista explica que até mesmo a falta de atividade física em cães muito ativos é motivo para o bicho latir, enquanto que em animais que são “latidores” natos, como é o padrão da raça Yorkshire e cães pastores, é preciso ter um treinamento diferenciado.

Para finalizar, Pereira ressalta que há atualmente no mercado produtos que inibem latidos indesejáveis, como coleiras especiais que emitem ultra-sons, mas que apesar desses aparelhos funcionarem, é importante que esse processo seja acompanhado por um profissional e que o cão esteja em ótima saúde física. Além disso, caso as orientações do fabricante não sejam seguidos à risca o problema pode se agravar.

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