Crédito: Reprodução / ABCNews
Cães já participaram de muitas guerras e ataques nas mais diversas funções. Recentemente, o Iraque recebeu 25 cachorros farejadores de explosivos, já que os equipamentos para esta função apresentaram falhas. No decorrer deste ano o país deve receber mais 120 animais. E mesmo em campo, o animal prova ser o melhor amigo do homem, já que em muitos casos, os cachorros ainda brincam, descontraem o ambiente e ainda dão conforto a vários soldados.
Mas, e os cães desses soldados? Quem fica responsável por eles? Bom, pelo menos os militares norte-americanos não precisam se preocupar. Qualquer soldado em serviço das Forças Armadas pode utilizar o serviço da Guardian Angels for Soldiers’ Pet, organização que encontra um lar temporário para os pets. Além desta, várias outras organizações e voluntários oferecem programas gratuitos aos militares, segundo reportagem do site ABCNews.
Graças ao “Guardian Angels” o major Randall Baucom ficou mais aliviado durante os 15 meses em que serviu no Iraque, em 2006. Ao saber que tinha sido convocado, Baucom ficou preocupado com seus cães Buster e Little Girl, respectivamente um macho e uma fêmea, que tinham na época, quase um ano de idade. Quem cuidaria dos seus pets? A organização foi a luz no fim do túnel do militar, que não queria deixar seus animais em um canil por 15 meses. “Eu não sei que tipo de cachorro eu teria de volta se eles ficassem todo esse período em um canil”.
Para Baucom, saber que os dois cachorros estavam em um lar e não em um abrigo, proporcionou-lhe paz de espírito. Segundo o militar, quando voltou ao país em 2008, o retorno de seus pets fez uma diferença enorme: “eles me ajudaram a me reintegrar ao cotidiano mais rápido, foram meu apoio. Nunca me senti sozinho”, declarou.
Saber que o pet está seguro, bem alimentado e recebendo carinho em um lar amoroso, reduz o estresse de muitos militares. E para o voluntário Gary Marshall esta é uma chance de retribuir o que as tropas estão fazendo pelo país. “Nós acreditamos que seria muito bom ajudar alguém do serviço militar, providenciando um bom lar para seus cães”. Tanto que Marshall e sua esposa Angie, decidiram adotar temporariamente a cadela da raça Pastor Alemão, Kelli, de 2 anos, cujo proprietário Matthew Snyder, está servindo na base norte-americana da Coréia do Sul. Segundo o ‘pai adotivo’, apenas seu Labrador, de 8 anos, estranhou um pouco a chegada da cachorra. “Ele não sabia o que fazer com Kelli. Agora os dois se divertem brincando juntos”, conclui.
Antes, a cadela e outro cachorro de Snyder estavam com Kristie Bruce, mãe do militar. Mas ela se viu obrigada a deixar os animais, após ser demitida. Por isso, Kristie agradece muito às famílias que não se importam em adotar, mesmo que temporariamente, um bichinho.
Fotos e mensagens
Crédito: Reprodução / guardianangelsforsoldierspet.org
Zelosos, os Marshall ainda enviam fotos e mensagens sobre Kelli para Snyder. O mesmo é feito por outros voluntários, segundo Steve Albin, fundador do NetPets, que afirma: “saber que os bichinhos estão bem aumenta o moral dos soldados”.
Albin começou a se dedicar a encontrar lares para pets depois do episódio de 11 de setembro, quando milhares de soldados foram convocados às pressas para atuar em terras estrangeiras. Antes dessas organizações começarem a ajudar, era comum muitos militares deixarem seus pets em abrigos, já que não conseguiam encontrar alguém que pudesse ficar com os animais. Até agora, a organização de Albin já encontrou lares para mais de 12 mil pets, entre eles coelhos, tartarugas, pequenos animais exóticos, cavalos e até caranguejo eremita.
De acordo com o fundador do NetPets, como as famílias não recebem pagamento para cuidar dos animais, os donos dos pets costumam pagar pela comida, veterinário, além de despesas extras.
Após o retorno dos militares, muitos continuam os laços de amizades com as famílias que cuidaram de seus pets. E há até casos em que o animal retornou à mesma família quando o soldado foi convocado novamente.
Relógio cuco
Susan Hagrelius está disposta a adotar temporariamente qualquer gatinho pelo programa ‘Operation Noble Foster’, mas adianta que Aeyne Dizicksa tem prioridade. Susan cuida de Sweet Magnolia, gatinha de Aeyne, pela segunda vez.
Elas se conheceram em 2002, e desde então, trocam cartões de Natal. Susan, que se recusa a receber dinheiro para cuidar de Sweet Magnolia, costuma ganhar presentes de Aeyne em agradecimento. Já tem em casa um relógio cuco alemão e um tapete de oração do Kuwait.
Susan adora a companhia da gatinha, mas não vê a hora da bichana retornar às mãos de sua dona, porque isso significa que Aeyne não estará mais em perigo. Ao mesmo tempo, ela espera que a militar fique tranquila, sabendo que sua gatinha querida está em boas mãos.