Crédito: Flickr/ CC – raindog
Em grandes cidades, onde os apartamentos acabam sendo a principal forma de moradia, nem sempre é fácil criar um animal de estimação. Os cachorros, na maioria das vezes, necessitam de mais espaço para gastar energia, ou seja, os gatos acabam sendo excelentes opções de pets.
Estima-se que existam 16 milhões de bichanos no País, e parte dessa popularidade acontece devido à adaptabilidade dos animais para viver em ambientes reduzidos. Alessandra Amarante, veterinária especialista em felinos, explica que não existe uma raça específica para viver em apartamento, isso porque para os gatos, como são de pequeno porte, o mais importante é a forma como são tratados.
A médica destaca que a alimentação dos animais deve ser diferenciada, bem como o enriquecimento do ambiente com brinquedos, para que o gato não fique entediado. “O fato dos felinos morarem em um apartamento não é fator determinante para ficarem obesos e sim a falta de atividade física, o excesso de comida e o fornecimento de alimentos inadequados para a espécie”.
Outra preocupação que os donos devem ter é quanto à determinados comportamentos compulsivos, provenientes do estresse. A dra. Alessandra explica que para os gatos, um simples fato como a presença de um móvel novo na casa ou a mudança de seu lugar de dormir pode deixá-lo deslocado em sua própria casa o que pode desencadear um processo patológico no bichano.
Segurança e bem-estar
Os gatos são caçadores natos e não dispensam um novo desafio. O problema é que em apartamentos, os bichanos podem acabar sofrendo graves acidentes caso pulem da janela. Nesse sentido, a dra. Alessandra chama atenção para a importância das telas. “O gato está atento a todos os movimentos ao seu redor. Assim, quando ele vê algo se mexendo ele não ‘pensa duas vezes’ e pula na direção do objeto. Não se preocupa se está no primeiro ou no vigésimo andar”.
Crédito: Flickr/ CC – Tambako the Jaguar
Outra dúvida muito comum para os “pais” de primeira viagem é sobre criar ou não mais de um bichano. Isso porque os gatos costumam desenvolver personalidade própria e podem não gostar de companhia. Outros, por sua vez, se sentem solitários. Nesses casos a veterinária explica que os donos devem reparar no comportamento do animal. Caso ele esteja feliz, é preciso respeitar seu espaço.
Vale lembrar ainda que em apartamentos com mais de um gato a atenção deve ser redobrada quanto à alimentação deles, como explica a especialista. “Em casas com muitos animais a obesidade pode ser um problema à medida que um gatinho poderá comer sua própria comida e a dos outros, favorecendo um ganho de peso e limitando a alimentação dos outros”.
Para finalizar, a médica reforça a importância da vacinação e vermifugação, mesmo para gatos que nunca saem de casa. Isso porque existem doenças que são facilmente transmitidas e o contato com pessoas que tenham um felino doente pode ser perigoso para o gatinho. Outro fator muito importante a ser considerado é a possibilidade de uma urgência médica em que o felino precise ser encaminhado a uma clínica veterinária. “Se este animal não estiver com as vacinas em dia ele estará susceptível a diversas doenças, como acontece em hospitais para humanos”.