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Leptospirose: chuvas aumentam o risco de contaminação

Água contaminada das chuvas pode transmitir a doença para animais domésticos e seres humanos - Reprodução/ PetCareÁgua contaminada das chuvas pode transmitir a doença para animais domésticos e seres humanos
Crédito: Reprodução/ PetCare

Os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro têm sofrido com as chuvas torrenciais típicas do verão, responsáveis por enchentes e alagamentos em diversas cidades. Além das milhares de famílias desabrigadas, as autoridades também chamam a atenção para a água das enxurradas, muitas vezes, contaminada com urina de rato, principal transmissora da leptospirose.

E apesar de não fazerem parte das estatísticas, os animais de companhia podem ser afetados pela doença e ainda transmiti-la, como explica o veterinário Marcelo Quinzani, diretor clínico do Hospital Veterinário Pet Care. “Os roedores são reservatórios da doença, ou seja, possuem a leptospira, mas não ficam doentes. Eles se alimentam de restos de comida, rações ou mesmo de fezes de animais e podem deixar sua urina nestes locais, favorecendo a contaminação dos bichos de estimação”, alerta.

O veterinário explica ainda que o contágio se dá quando a bactéria entra em contato com a mucosa ou pele com ferimentos. “O animal doente também passa a eliminar a bactéria pela urina. Assim, o contato com essa urina, água contaminada, utensílios contaminados ou sangue do animal doente pode transmitir a doença a humanos e a outros cães.”

Sintomas e prevenção

Os primeiros sintomas da doença são: febre, depressão, perda do apetite, vômito, desidratação, mucosas congestas, icterícia, urina escura e dor renal ou muscular. “Na evolução da doença, observa-se insuficiência renal, insuficiência hepática, hemorragias, lesões na pele e hematomas pelo corpo, úlceras na boca e língua e, em casos raros, necrose na ponta da língua”, explica Quinzani.

Evitar o acúmulo de lixo e restos de alimentos que atraiam os ratos são medidas eficazes de prevenção da doença - Flickr/ CC – Stephen BarnettEvitar o acúmulo de lixo e restos de alimentos que atraiam os ratos são medidas eficazes de prevenção da doença
Crédito: Flickr/ CC – Stephen Barnett

O médico alerta que ao notar esses sintomas em cães e gatos, mesmo que eles não tenham tido contato com água de alagamento ou enchentes, é preciso procurar imediatamente um veterinário e isolar outros pets da casa. “Se o animal realmente estiver doente e não receber o tratamento adequado certamente virá á óbito”, diz. “Em caso de confirmação da doença, a família deve também procurar orientação com um infectologista sobre os cuidados e exames necessários para as pessoas que tiveram contato com esse animal.”

Para o diretor clínico do Pet Care as medidas preventivas são simples e incluem cuidados com a saúde, alimentação e com o ambiente em que o animal vive. A imunização anual ou semestral dos cães está no topo da lista de providencias a serem tomadas. “O mercado disponibiliza várias opções de vacina que incluem a proteção contra a doença, elas são conhecidas normalmente como V8 e V10. Além da Leptospirose, a primeira vacina previne a Cinomose, Hepatite infecciosa, Adenovirus 2, Parainfluenza, Parvovirose e Coronavirose e a segunda possui antígenos contra mais dois tipos de Leptospirose”, esclarece.

“Alimentar o animal em horários determinados, não deixando a ração à vontade e retirando os restos depois que o animal terminar a refeição é outra dica importante, pois os restos de alimento atraem os roedores.” Lavar o ambiente dos cães com cloro; evitar acúmulo de lixo e restos de comida que atraem os roedores; não permitir o acúmulo de água parada ou ambientes úmidos e fechar buracos entre telhas e rodapés também são atitudes que auxiliam no controle de roedores.

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