Crédito: Mr TGT
Os famosos petiscos para cães e gatos estão na mira da balança e precisam ser utilizados com muita cautela. A orientação é dada pela veterinária Márcia Jericó, endocrinologista clínica de pequenos animais e coordenadora do Hospital Veterinário Anhembi Morumbi. A médica esclarece que o alimento, seja adquirido em pet shops, ou os caseiros, devem ser utilizados apenas para a premiação em treinamentos, e ainda assim, sempre em casos raros.
Todos esses cuidados são necessários para evitar a obesidade, doença cada vez mais comum, e encarada por alguns donos, como sintoma de saúde. Márcia Jericó explica que o problema é tão grave, que pode levar até mesmo à morte. “A obesidade mata aos pouquinhos, já que ela causa uma série de doenças como artrose, hérnia de disco, hipertensão, diabetes, entre outras”.
O que para muitos é novidade, no entanto, é que manter o animal obeso, além de não viabilizar atividades físicas adequadas ou negligenciar seu tratamento pode levar o dono à reclusão de três meses a 1 ano, além de multa. É isso que descreve a lei 9.605, em vigor desde 1998 em todo território nacional. De acordo com a lei, “é considerado crime praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, doméstico ou domesticados, nativos ou exóticos”.
Para denunciar casos como de obesidade, a pessoa pode ir direto a delegacia mais próxima, ou realizar a denúncia pelo site da prefeitura de SP no endereço sac.prodam.sp.gov.br. Neste caso, deve ser escolhido o assunto da solicitação, ou seja, qual o tipo do animal está sofrendo o problema (gato, cachorro, cavalo, etc.), e em seguida, a condição de risco que ele se encontra (condição de criação/maus tratos).
Vale lembrar aos donos de primeira viagem que, em alguns casos, a atenção deve ser redobrada, já que raças como Labrador, Cocker Spaniel, Rottweiler e Beagle, além de gatos como o Himalaio, tendem a ser mais glutões, e por consequência, podem comer mais do que devem. A endocrinologista explica também que o sinal mais evidente de obesidade é a aparência do animal, mas que no hospital, os veterinários podem conferir por uma fórmula semelhante ao Índice de Massa Copórea (IMC) dos humanos, se realmente a obesidade é confirmada. “Medimos a altura do calcanhar até o joelho do animal, além de seu peso e a linha da cintura. Caso a porcentagem resulte acima de 20%, entende-se o animal como obeso”.
Situações que envolvem negligência, como no caso de obesidade em animais, são tão sérios, que a Corte de Magistrados de Brighton, no Reino Unido, pode condenar o ex-dono do Border Collie Taz a pagar multa de 5 mil libras (cerca de 16 mil reais), ou detenção de seis meses, além de correr o risco de ser proibido de ter outro animal. Ronald West, 62 anos, mantinha seu cão com o dobro do peso recomendado.