Muitos donos de cães e gatos podem ser surpreendidos ao saber que seu amiguinho apresenta crises convulsivas. O problema acontece por uma alteração nos impulsos nervosos cerebrais. Existem muitas causas que podem levar a essa alteração, como infecções bacterianas ou virais, alterações no fígado ou rins, hipoglicemia, degeneração cerebral, neoplasias, inflamação cerebral ou das meninges, traumas, intoxicação, dentre outros.
Um animal em crise convulsiva deve ser levado imediatamente ao hospital veterinário, não sendo apropriado que o dono tente tratá-lo em casa, pois se trata de uma situação de emergência, onde os minutos valem ouro. Inicialmente, a convulsão deve ser contida com a ajuda de medicamentos. Após a estabilização do quadro inicia-se uma detalhada avaliação clínica e neurológica além de exames complementares para tentar encontrar a causa das crises convulsivas.
Por isso é indicado no mínimo 48h de internação para estabilizar as convulsões e observar se haverão novas crises convulsivas, pois caso ocorram o veterinário estará atento para medicá-lo e controlar a doença. Para evitar sustos, é importante realizar anualmente uma avaliação clínica e um check up no caso de animais jovens, enquanto os idosos devem repetir o procedimento semestralmente.
Uma vez diagnosticada alguma doença que predisponha as convulsões, a sintonia entre proprietário e veterinário é fundamental para o sucesso no controle da doença. Vale lembrar que mesmo com os exames clínico e complementares normais, alguns animais podem desenvolver a epilepsia idiopática, degeneração cerebral, ou já nascem com alguma má formação, e nestes casos, não há como evitar que as crises aconteçam, mas o fato de fazer um acompanhamento veterinário já faz com que o diagnóstico seja o mais rápido possível, tendo menos danos para a qualidade de vida do cãozinho.
O paciente Timo, um Doberman de quatro anos, foi atendido em agosto de 2010 aqui no hospital após apresentar cinco crises convulsivas. Ficou internado sendo medicado por 48 horas para estabilização e pesquisa da causa das convulsões. Foi diagnosticada Erliquiose (doença do carrapato) como principal patologia e felizmente após o início do tratamento foi possível controlar o problema e as crises, mas ele ficará em acompanhamento veterinário por mais seis meses para monitorar e evitar novas crises.
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