Dentro do grupo de maior incidência de tumores de mama estão as fêmeas de meia-idade ou de idade mais avançada, geralmente, a partir do sétimo ou oitavo ano de vida. Determinadas raças são frequentemente apontadas como mais predispostas à doença, mas, na prática, todas as cadelas e gatas não castradas ou castradas após os 30 meses de idade têm 26% de chances de desenvolver tumores mamários. O risco aumenta naquelas submetidas a tratamentos com medicamentos anticoncepcionais de uso veterinário e nas que apresentam pseudociese (gravidez psicológica).
É fato bem conhecido que as fêmeas submetidas à castração antes de terem o primeiro cio apresentam uma importante diminuição na incidência da doença, que cai a meio por cento. Nesse sentido, a prevenção é fundamental, uma vez que metade dos tumores mamários encontrados é maligno. E para agravar o problema, grande parte dos tumores benignos podem evoluir para formas malignas. Daí a necessidade de detectar e tratar precocemente a doença. Os tumores malignos têm ainda a propriedade de causar metástases, ou seja, de se espalharem para outros órgãos. O mais frequentemente afetado é o pulmão, mas os ossos, rins e fígado também podem ser atingidos.
O diagnóstico se dá pela constatação de aumento do volume nas mamas. Mesmo que pequeno como um grão de ervilha, a presença de um caroço é razão suficiente para uma visita imediata ao veterinário. Embora seja praticamente impossível diferenciar um nódulo mamário benigno de um maligno visualmente ou por palpação, em geral, a presença de massa de crescimento rápido, com superfície irregular e úlcera, é indicativa de tumor maligno.
Tratamento e manutenção
A cirurgia é o tratamento mais indicado para a doença. E a eficiência dela vai depender da evolução do tumor, ou seja, quanto menor ele for. Sabemos que podem ser curadas pacientes cujos tumores malignos têm menos de três centímetros de diâmetro, no caso das cadelas. Além dos exames pré-operatórios rotineiros, como hemograma, exames de função renal e hepática e ecocardiograma, é importante realizar raio-x torácico e ultrassom abdominal a fim de descartar a presença de metástases nos pulmões ou em algum órgão abdominal. A presença de metástase torna o tratamento da doença bastante desfavorável e, geralmente, contra-indica a realização da cirurgia.
Não havendo metástase, a cirurgia é planejada levando em consideração a localização do nódulo ou dos nódulos presentes e da drenagem linfática dos tecidos mamários. Assim, nunca é feita apenas a remoção do tumor, mas da mama acometida pelo tumor em conjunto com as demais mamas drenadas pelos mesmos vasos linfáticos. São comuns as circunstâncias em que o cirurgião tem de optar pela remoção de todas as mamas do lado acometido. Além disso, como os tumores mamários são dependentes da ação hormonal, se realiza a castração junto com a mastectomia (retirada da mama).
A quimioterapia é indicada como continuação do tratamento para eliminar o câncer e ainda reduzir a incidência de metástases. Ela também pode proporcionar um aumento da sobrevida da paciente.
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