Crédito: Divulgação APOPO
Minas terrestres são um problema sério para países que atravessaram por conflitos armados no passado. Muitas vezes, regiões inteiras são inutilizadas por décadas, além de causar milhares de mortes e ferimentos em crianças e animais selvagens.
Mas cientistas britânicos e uma ONG internacional prometem uma nova arma contra as minas terrestres: os ratos. Pesquisadores do Porfell Wildlife Park and Sanctuary ensinam ratos da espécie Cricetomys gambianus a alertar os tratadores quando sentem o odor das minas. Essa prática não é novidade e já é utilizada na África pela ONG APOPO desde 1996.
Algumas entidades de limpeza de campos minados utilizam cachorros para localizar os artefatos explosivos, mas o Cricetomys gambianus é pequeno demais para ativar o mecanismo e possui um olfato até mais apurado que o dos cães. Além disso, são animais de grande inteligência, de fácil criação e adestramento.
Treinamento intensivo
O treinamento dos pequenos caçadores de bombas começa já aos cinco meses de vida. Eles são levados para passear pela grama e sentir os odores do mundo, além de interagir com seres humanos para se acostumar a trabalhar em equipe. Eles são então treinados a reconhecer os odores do material metálico usado nas minas em troca de alimento.
E os ratos provaram ser muito eficientes. Em países como Moçambique e Tanzânia, os Cricetomys gambianus treinados pela APOPO são conhecidos como “Hero Rats” (Ratos Heróis) e conseguem limpar uma área de 100 metros quadrados em apenas 30 minutos, o equivalente a dois dias de trabalho no método manual.
E as contribuições dos heróicos roedores não terminam por aqui. A APOPO tem ainda obtido resultados eficientes no diagnóstico de tuberculose, doença que matou 2 milhões de pessoas em 2002. Segundo dados da ONG, o Cricetomys gambianus consegue identificar o cheiro da bactéria de forma mais rápida e barata que os exames convencionais.
Os tratadores britânicos pretendem treinar animais para localizar drogas e explosivos em aeroportos e a APOPO afirma que vai expandir a atuação dos Hero Rats para Angola, Congo e Zâmbia, mostrando que até mesmo pequenos animaizinhos são capazes de feitos notáveis.